«Ancorados
num camarote da praça do Campo Pequeno, víamos pequenos grupos hesitar,
retroceder, contagiando desânimos e desistências. Então, Natália segreda-me: “Veja
se me protege com o guarda-chuva.” Tento fazê-lo. Ela ajoelha-se, ergue os
braços e entoa uma lengalenga incompreensível, a lembrar as das velhas índias e
mães de África. Era um esconjuro (contra intempéries) que uma feiticeira da
Fajã de Baixo lhe ensinara em garotinha.
Daí a nada a chuva parou, as nuvens
abriram, o sol resplandeceu – e Sampaio galvanizou»
(Fernando Dacosta, O Botequim da
Liberdade. Como Natália Correia marcou, a partir de um pequeno bar de Lisboa, o
século XX português, Alfragide, Casa Das Letras, 2013, p. 34)
Feiticeira da chuva 2.
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