segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

São Cristóvão pela Europa (292).

 

 

Os próximos dois posts serão sobre a região francesa da Normandia.

Começo pelo departamento de Eure, cuja sede é Evreux.

Em Verneuil sur Avre, a igreja de Nossa Senhora foi construída no Século XII. A fachada neoclássica é do Século XVIII. No interior uma bela estátua de pedra, obra da escola de estatuária que existiu em Verneuil no Século XVI.

 



Em Louviers, a Igreja de Nossa Senhora é um espectacular exemplo de estilo gótico. No essencial ficou concluída em 1240. Sofreu incêndios, foi vítima da Guerra dos Cem Anos e da II Guerra Mundial, mas curiosamente não foi degradada pela Revolução Francesa. Num canto muito escuro um fresco em péssimo estado. Distinguem-se as pernas do Santo, o cajado tradicional e as plantas aquáticas do rio que Ele atravessa, nomeadamente juncos.

Sabe-se por documentos existentes que se trata de uma oferta datada de 1519.

 


 

Finalmente, em Reuilly, a Igreja de São Cristóvão de Reuilly é uma joia do Românico. Um estudo do Eng.º Nicolas Wasylyszyn classifica o estilo da igreja como Românico precoce e data-a do final do Século IX. Ou seja, tem mais de mil anos!

Além do mais, o seu enquadramento nos campos normandos é lindíssimo.

No interior, sem ligação com a sua antiguidade obviamente, uma estátua e um quadro do nosso Santo.

Agradeço ao Presidente da Câmara de Reuilly que generosamente organizou a minha visita.





 

                    Fotografias de 19, 22 e 23 de Setembro de 2024

                                                                            José Liberato





Usbequistão: encruzilhada de civilizações (5).

 

 

 

Se há aspecto que marca culturalmente as cidades do vasto território da antiga União Soviética é a grandiosidade da concepção e da decoração dos sistemas de metropolitano urbano. Há quem diga que é hoje a ilustração mais esclarecedora do auge do comunismo pela força e o poder que transmitem.

Evidentemente que o exemplo mais espectacular é o do Metropolitano de Moscovo.

Mas o Metropolitano de Taschkent, inaugurado em 1977, é também notável pela riqueza da decoração.

Particularmente interessante é a Estação do Cosmonautas.

No exterior, um Monumento aos astronautas, cientistas e académicos usbeques que contribuíram para a saga espacial soviética. Foi construído em 1984 numa estética bem típica da época.

No interior, medalhões em cerâmica representam os cosmonautas Yuri Gagarin e Valentina Tereshkova, entre outros.

Mas outras estações são de uma beleza exuberante.







 

                                Fotografias de 26 de Setembro de 2024

                                                                    José Liberato




sábado, 28 de dezembro de 2024

Carta de Bruxelas.

 


                                                                                        Plataformas logísticas

 


Para lá das cidades e antes do campo existem espaços que não são urbanos, nem rurais. São as zonas em que não há terrenos agrícolas com formas de vida específicas, nem as fábricas e o mundo do trabalho que lhes está associado. Não se vêem armazéns agrícolas, nem cooperativas, nem tratores, nem sacas de adubo puídas, espalhadas pelo chão; como também não se vêem fatos-macaco, nem gente reunida a gravitar à volta das instalações, nem os cafés e restaurantes medianamente encardidos, nem os sinais exteriores que distinguem os patrões dos operários.  Neles, as mercadorias da indústria, de laços já cortados com a produção, estão acondicionadas à espera de serem distribuídas; são como a seiva que vai irrigar a cidade e as suas actividades, concretizando-se no uso que lhes será dado pela multidão dos interesses e das preferências. São as plataformas logísticas onde, a par das mercadorias na sala de espera, se encontram os outdoors que oferecem produtos ou serviços, anúncios fora de moda, com uma estética canhestra, baratos, concebidos por estratos sociais suficientemente avançados para valorizarem as formas modernas de comercialização e da publicidade, mas não quanto baste para ombrearem com o gosto mais avançado, urbano. Tais espaços são não-lugares, estradas sem habitação e sem pessoas nas ruas que não existem, onde se encontra congelado o fervilhar da cidade na forma de valor de uso em suspensão. Daí a alegria que provocam nas crianças em viagem.

Nesses arredores de todas as cidades, vêem quando por eles passsam, à entrada, a promessa concentrada que se desmultiplicará na vida quotidiana; ou, à saída, o fim e a finalidade desse mundo do trabalho com que contactam em abstracto e em que sentem a superioridade da cidade sobre o campo da pobreza, de que as famílias saíram, ou ressentem com naturalidade as coisas que serão usadas provando com naturalidade a sua superioridade social. Independentemente da classe social, as plataformas logísticas, como lhes chamam, correspondem à predilecção infantil pelo novo, pelo nunca tocado, como os animais puros, sem mácula, que nunca foram arreados, nunca puxaram um arado, nunca entraram em commercium sexuale com os seus semelhantes, sendo por isso os únicos escolhidos para serem sacrificados aos deuses. Tudo se passa como se, para as crianças e à sua imagem e semelhança, as mercadorias não tivessem história, um passado determinado. O feitiço que lançam sobre o olhar infantil é tão-somente a história que não é história, a história por acontecer, a promissão, e todo o encanto da possibilidade, do vago que acolhe a felicidade a que se crêem destinadas, como as demais criaturas. Nas crianças, a sociedade dá-se no indivíduo na forma de um sensorium social, sem pensamento, antes como a confusão de todas as coisas – a infância do mundo – que o tempo apartará. Nesse sentido, a condição de possibilidade da sociedade como objecto cognoscível reside no sentimento inaugural. Na vida gasta, na velhice, as plataformas logísticas estão paralisadas no rigor mortis; o tempo e os seus desenganos já não encontram nelas a espontaneidade própria do paralogismo infantil. Tudo aquilo que estava prestes a entrar numa circulação feliz perfila-se inerte, despojado, já para lá da agonia. O segundo sentimento, senectutis, é como o segundo amor: já perdeu a capacidade de surpreender pela novidade, traz consigo a leve sombra da tristeza. A inutilidade das coisas é o paralogismo dos velhos, corresponde ao seu sentimento de inutilidade, a vida já se retirou como a maré deixando na areia despojos sem nexo. A sociedade como objecto desaparece por detrás do sentimento baço da inanidade geral, como se a sociedade desaparecesse com o indíviduo. A confusão das coisas é agora a quinquilharia amontoada sem obedecer a nenhum critério que não o critério exterior do tempo abstracto que sobre tudo reina com soberana indiferença. Um sentimento que talvez se redima na esperança de um novo começo, na esperança de que, ao passar pelas plataformas logísticas, se acenda o lume nalguma criança.


                                        Texto e fotografia de João Tiago Proença




segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Boas Festas.

 


Boas Festas.




 

Boas Festas.



 

 

Boas Festas.

 


Boas Festas.

 


Boas Festas.

 


Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.

 


Boas Festas.

 


Boas Festas.

 


Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.

 


Boas Festas.

 


Boas Festas.


 

Boas Festas.

 




Boas Festas.


 

Boas Festas.

 


Boas Festas.

 


Boas Festas.

 


Boas Festas.



Boas Festas.

 



Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.


 

Boas Festas.

 


Boas Festas.


 

Usbequistão: encruzilhada de civilizações (4).

 

 

 

O Museu de Artes Aplicadas de Taschkent, instalado na casa que foi do diplomata russo Polovtsev, exibe o riquíssimo artesanato usbeque, em especial as tapeçarias e os bordados, em que se combinam materiais como o algodão, a seda, o veludo e o ouro. As fotografias falam por si.

 






 




                                    Fotografias de 26 de Setembro de 2024

                                                                    José Liberato