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quarta-feira, 15 de maio de 2019

Diálogo com os Meninos, pelo Doutor Fidel Castro.

 
 



Eu sei que é um pouco tarde e que vocês estão há várias horas de pé, por isso vou ser breve para dizer-lhes algumas coisas que sinto neste momento.
 

 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Mais um caso de vírgulas...






Neste ano em que, em Outubro, se assinala o 50º aniversário do assassinato de Che Guevara, o  meu grande amigo António Duarte Silva (obrigado, DS!) chamou-me a atenção para um texto saído aqui, em que se demonstra – ou, melhor dizendo, se afirma, de forma muito fundamentada – que, durante anos, Fidel Castro deturpou e manteve um equívoco sobre a mais famosa das proclamações de Guevara.
Na carta de despedida de Guevara, lida por Fidel em Havana, em 1965, o célebre dito hasta la victoria sempre. Ora, como se detecta facilmente no livro Evocación, escrito por Aleida March, companheira de Guevara, o que este terá pretendido dizer foi hasta la victoria, siempre ¡Patria o Muerte!
 
Conversamos sobre muchos temas, me acuerdo de sus reflexiones sobre el contenido de su carta de despedida leída por Fidel y de que insistía mucho en  la importancia que tenía para él. Nunca olvidaré lo diáfano que fue cuando me expresó su convicción de que donde quiera que fuera a luchar después del Congo, incluso allí, su grito de guerra sería siempre el de su Revolución, la Revolución cubana: Hasta la victoria, siempre Patria o Muerte. No debe extrañarse el lector ante la presencia de una coma fuera de lugar o que se interprete como un error de mi parte, tampoco pretendo que se cambie el sentido de una frase que ha devenido en grito de rebeldía y esperanza para lo más noble de nuestros pueblos. Decidida a compartir algunos detalles que han dejado honda huella en mí, no puedo dejar de detenerme en este y transmitirles la fuerza con la que expresó lo que en realidad quiso decir  y cuánto lamentó su error al poner la coma donde no debía; lo que quería dar a entender era que cualquiera que fuesen las circunstancias donde se encontrara siempre actuaría al llamado de ¡Patria o Muerte!
Ainda assim, no fac-símile da carta manuscrita, disponível aqui, a versão é a que Fidel consagrou. Ou seja, houve uma vírgula mal colocada por parte de Guevara.




Será assim ou não? Enfim, uma pequena-grande questão sobre uma das frases mais célebres do século XX.
 
António Araújo


 
 



terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Recordação de Havana.

 
 

 
 
 
Estive cinco dias em Cuba, em 2000, para participar num colóquio sobre Eça de Queiroz, que se realizou num dos velhos e solenes palácios militares no centro da capital, embora com a única presença de uma vintena de estudiosos de Eça, vindos todos de Portugal, de modo que, à falta de público cubano, falámos uns para os outros, o que parecia uma cena dum filme dos Irmãos Marx, pois não tínhamos quem nos perguntasse fosse o que fosse, apesar de dois tradutores irem vertendo meticulosamente tudo para castelhano – e não havia na sala um único participante cubano interessado na obra do Eça. Para maior confusão e absurdo, um dos tradutores interrompeu-me, a dada altura, para me suplicar que falasse mais devagar, já que a minha charla era debitada a uma velocidade tal que ele não conseguia seguir-me. Respondi-lhe que, dado o facto de não haver ouvintes cubanos no público – exceptuados os dois inúteis tradutores –, era preferível que ele não me traduzisse,  pois seria o cúmulo da inutilidade. Quanto aos intelectuais cubanos encarregados de nos mostrarem Havana, sobretudo literatos e historiadores do Partido Comunista Cubano, dei-me conta do que estavam todos totalmente ao serviço da ditadura castrista, falando a langue de bois do sistema, pelo que o nosso diálogo não tinha sentido nem proveito algum. Quanto à cidade, achei-a miserável e muito degradada, repleta de velhos automóveis dos anos 40 e 50. E quando saíamos do luxuoso hotel –  no qual se vendiam todos os jornais europeus, reservados apenas a clientes estrangeiros, sendo a sua venda proibida aos nativos –, vinha gente com um ar pobre pedir-nos que lhe déssemos os sabonetes do hotel ou uma esmola pecuniária. Esta miséria tão patente deixou-me amargurado: a “revolução” cubana reduzia o pobre povo da ilha a meros pedintes... De tudo quanto vi em Havana, as únicas coisas que apreciei deveras foi visitar o quarto de hotel onde o Hemingway tinha um  sempre reservado para ele, passando nele horas a escrever numa máquina que continuava lá, e a finca dele nos arredores da capital, com um pequeno cemitério para os gatos que escritor ia perdendo durante a vida na ilha, bem como um barco que teria pertencido ao homem que serviu de modelo para o pescador no famoso O Velho e  o Mar.
 
João Medina

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Na morte de Fidel (poema).














Na morte de Fidel



É urgente um verso vermelho
que suspenda a animação deste desastre
pensado para durar depois do inverno


É urgente um verso vermelho
com todas as cores do arco iris
e o vento natural do universo


É urgente um verso vermelho
que ponha de novo em movimento os comboios da imaginação
azeite puro em manivelas de razão quente
o peso da história de novo levíssimo
a rodar sobre perguntas livres e ruínas vivas
a paisagem mudar primeiro lentamente
enquanto vão entrando vozes ainda submersas
e corpos mal refeitos da desfiguração da guerra e do comércio
das crateras e promoções


É urgente um verso vermelho
que desate os nós da memória e do medo
e resgate os rios da rebeldia
a palavra cristalina inabalável
inconfundível com as mordaças sonoras
à venda nos supermercados da ordem


É urgente um verso vermelho
para anunciar barco polifónico da dignidade
pronto a navegar
os rios libertos das barragens calcinadas
dos sistemas de irrigação industrial da alma


É urgente um verso vermelho
uma luz manual portátil que vá connosco
sem esperar a que virá no fundo do túnel se vier
porque a cegueira da viagem é sempre mais perigosa
que a da chegada
talvez só entrega
talvez só paragem


É urgente um verso vermelho
que trace um território inacessível
aos vendedores de mobílias espirituais
e turismo de acomodação


É urgente um verso vermelho
vinho de bom ano para acompanhar
sonhos sãos e saborosos
preparados em brasas de raiva e a brisa da alegria


É urgente um verso vermelho
sem solenidades nem códigos especiais
para devolver as cores ao mundo
e as deixar combinar com a criatividade própria dos vendavais







Boaventura de Sousa Santos, aqui



 




 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cuba libre.

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Cuba, Maio de 2000


Después de casi 40 años de revolución tengo todavia más confianza en el campesino.
Fidel