segunda-feira, 24 de julho de 2017

9000 quilómetros de distância cultural.


Zhao Xiaoyong reproduz o Auto-retrato com chapéu de palha (1888) de Van Gogh.
Fotografia de Yu Haibo.

Imagine que calcorreia uma grande cidade europeia. Na vitrina de uma loja de souvenirs, vê telas sobre telas de reproduções das obras mais importantes de Da Vinci, Monet e Van Gogh. Às dezenas e com os mais variados tamanhos, entre os pequenos 10x15 cm e os colossais 250x375 cm. Decide entrar para ver melhor. Todos os trabalhos são Made in China. Os preços: sobretudo 35, 55 e 80 euros. Mas encontra também cópias, as maiores, por 125, 500 e até 750 euros. O vendedor – de origem chinesa – vê-o ali, presume-o interessado mas hesitante, e dispara: “olhe que são melhores do que os originais!” Não disfarçando o riso, agradece-lhe e sai da loja.

Divertido, pensa consigo mesmo: Ele acha que dizer tal coisa o ajuda a vender? Na verdade, é bem provável que sim. E que acredite no que disse. Mais: há boas hipóteses de, para ele, aquelas cópias serem tão autênticas como os originais envidraçados em Paris, Nova Iorque, Florença ou Amesterdão. Como pode ser?

After the copy : creativity, originality and the labor of appropriation: Dafen Village, Shenzhen, China (1989-2010) é o título de uma tese de doutoramento sobre o fascinante mercado chinês da cópia de obras de arte. A autora, a historiadora de arte Winnie Won Yin Wong, põe o foco na pequena cidade de Dafen, nos subúrbios dos subúrbios da gigante Shenzhen, habitada por 11,9 milhões de pessoas. Dafen é o caso interessantíssimo de um mero dormitório que, em poucos anos, virou epicentro de um mercado em explosão. Crê-se que 60 por cento das reproduções mundiais de obras de arte são hoje pinceladas em Dafen.


Escultura à entrada de Dafen

Segundo Winnie Wong, a história começa em 1991, com um negociante de arte da rica Hong Kong. Huang Jiang decide assentar na barata Dafen com 20 pintores recém-formados na região. Promete-lhes rendimento estável. Em troca, eles dedicam longas horas dos seus dias a copiar a Mona Lisa, a Mulher com brinco de pérola, a Noite estrelada e outros clássicos da pintura europeia. Em poucos anos, a procura destes trabalhos por chineses e estrangeiros é tal que Dafen torna-se notícia.

Com um empurrãozão da classe política, a cidade até há pouco insignificante reinventa-se com a designação comercial Dafen Oil Painting Village. Em 2004, milhares de pessoas concorrem na primeira Dafen Copying Competition, um fascinante concurso público que todos os anos desde então eleva aos píncaros um mestre na rapidez e na técnica de copiar obras de arte. Ali perto, onde nada existia, ergue-se hoje o Dafen Art Museum, onde estão expostos trabalhos originais dos artistas da terra. Os mesmos que, no horário de expediente, se ocupam a reproduzir anjos desnudos, girassóis, A Última Ceia, O Nascimento da Vénus e o mais que chineses e europeus quiserem pendurar nas salas.

20 anos depois de Huang Jiang ter desencadeado o big bang, a cidade tem hoje mais de 10 mil pintores-reprodutores, centenas de oficinas de arte e pelo menos 1200 galerias. Dafen significa “boa fragrância”, mas fede a tintas e a diluente.

A que se deve tamanha aposta política numa indústria que consiste na cópia barata? E que ética subjaz à mercantilização do que tem tão pouco ou nenhum valor intrínseco? O nosso vendedor sino-europeu achará as perguntas absurdas. Para ele, como para os trabalhadores de Dafen, a reprodução de high art é em si mesma uma arte, não menos autêntica do que as obras que lhe dão a razão de ser.

Winnie Wong – que veio a aprofundar o tema no livro Van Gogh on demand: China and the readymade (2013) – encontra dois motivos principais para esta concepção, digamos, lata do que significa a criação artística. Um deles é o efeito psicológico de Dafen sobre os seus obreiros: não é de estranhar que estes copistas, pelo contacto íntimo e diário com os métodos dos maiores pintores de sempre, se sintam também artistas de direito próprio. A isso não será alheio o contraste entre o seu passado rural e a formação intensiva (ainda que extremamente curta e superficial) em técnicas de pintura que necessariamente tiveram antes de entrarem no universo Dafen.

O outro motivo encontrado por Winnie Wong, talvez o mais interessante, é haver quatro termos em mandarim que correspondem ao ocidental verbo copiar: «lin» (imitar), «mo» (pintar à maneira de), «fang» (apropriar-se de) e «zao» (inventar). De um ponto de vista cultural, cópia em chinês tem um significado plástico que, em certas circunstâncias, põe num mesmo patamar a criação e a recriação artísticas. Aquele que reproduz obras de arte para fins comerciais pode ser, nesta concepção, alguém que bebe do original para criar algo novo, profundamente seu.


Parque de diversões Window of the World, em Shenzhen. É composto por 130 reproduções de referências arquitectónicas e culturais do Ocidente, como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Torre de Pisa, o Cristo Redentor ou o Memorial do Monte Rushmore.

A polissemia do termo cópia ajuda a compreender que as autoridades chinesas considerem a recriação artística uma indústria criativa, com todos os efeitos que daí advêm em subsidiação e promoção (acima descritos). Junte-se-lhe a imensa procura mundial de reproduções baratas de arte e perceber-se-á melhor o boom económico da pequena cidade. Em 2015, as apertadas e insalubres oficinas artísticas de Dafen atingiram, no conjunto, um volume de negócios de 60 milhões de euros. É obra. E é menos, bem menos, do que o conseguido nos áureos finais da década de 2000, em que toda a gente que era ou queria ser alguém na China encomendava para casa um ou outro Van Gogh, um ou outro Botticelli. Ou mesmo reproduções de Dalí e Warhol, protegidas por copyright mas nem por isso menos desejadas e copiadas.

60 milhões de euros é obra sobretudo se considerarmos os 10 mil antigos trabalhadores rurais e fabris que saíram da miséria e ali encontraram rendimento mais ou menos estável. Ou o facto de que grande parte das cópias Made in China é exportada a preços irrisórios para revendedores na Europa que, esses sim, lhes acrescentam valor. Em euros, queremos dizer.



Fotografias da Reuters em oficinas-habitação de Dafen.
Os pintores-reprodutores de Dafen têm um rendimento médio mensal que ronda os 250 euros. Considere-se que mais de metade desse valor é exigido para arrendar um qualquer cubículo na cidade, onde caberá pouco mais do que uma minúscula kitchenet e uma cama. Daí resulta que muitos durmam juntos nas próprias oficinas onde trabalham.

Uma das passagens mais pungentes de China’s Van Goghs (2016), um documentário exibido há dias pela RTP2, mostra 8 homens a acomodarem-se em finíssimos colchões desdobráveis no chão do pequeno estúdio onde trabalham. No dia seguinte, todos de pé, as telas na vertical contra a parede, dão vazão à encomenda mensal de mais umas quantas centenas de Van Goghs. O costume. As pinturas, enroladas às dezenas em estreitos tubos, viajarão para as mãos de um revendedor em Amesterdão, que as porá em quiosques e lojas de souvenirs da cidade. O revendedor é holandês. Os lojistas são imigrantes chineses. Claro.

Trabalhadores da oficina de Zhao Xiaoyong dormem. Fotografia de Yu Haibo.

Com realização de Yu Haibo e Kiki Tianqi Yu, China’s Van Goghs mostra-nos a oficina de Zhao Xiaoyong, um quarentão originário de uma aldeia próxima de Dafen. Zhao já antes havia sido figura central no trabalho de Yu Haibo: em 2005, o também fotógrafo passou um mês em Dafen, onde fotografou trabalhadores de várias oficinas: uns a recriarem renascentistas italianos, outros especializados nos impressionistas, outros ainda em surrealistas. E fotografou Zhao, homem simpático e com uma paixão a raiar a obsessão pelo objecto do seu trabalho, o frenético e problemático Van Gogh. Yu Haibo recebeu um prémio World Press Photo pelas suas fotografias.
Zhao Xiaoyong prepara-se para pendurar mais um Auto-retrato (Van Gogh, 1889).
Fotografia de Yu Haibo.

Na fotografia mais icónica da série, Zhao segura com as duas mãos um Auto-retrato vangóguico (permitam-me a liberdade) acabado de terminar. A sua expressão têm um quê de angelical, como que dando sinal da profunda reverência que sente para com Van Gogh. Em volta, nas paredes e no chão do pequeno cubículo, seca mais de uma dezena de outras cópias – Auto-retratos e Noites estreladas, sobretudo. Provavelmente as que têm mais saída. Ao fundo, a mulher de Zhao observa a cena com o ar espantado de quem não compreende tamanho aparato. Talvez para ela nada daquilo passe de papel pintado e de um negócio como outro qualquer. A imagem tem um equilíbrio que prende a atenção. Não admira que tenha sido escolhida por Winnie Wong para o seu livro de 2013, onde Zhao é também figura proeminente.


Depois de anos de trabalho operário e de uma precariedade que o levou a dormir durante mais de um mês num campo de cultivo, ao relento, Zhao especializou-se na cópia das principais obras de Van Gogh e montou o seu pequeno negócio em Dafen. Em poucos anos, o crescente volume de encomendas fê-lo poder convidar irmãos, primos e tios. Deu-lhes formação, guarida e os ordenados extremamente baixos que as curtas margens lhe permitem. Acima de tudo, deu-lhes muito trabalho: até hoje, mais de 100 mil cópias. 100 mil. No documentário, Zhao lembra uma encomenda de 700 Van Goghs num único mês – quase 90 quadros para cada um dos trabalhadores da oficina, ou três por dia, trabalhando fins-de-semana completos. Zhao aceitou, a encomenda foi cumprida. Noutro momento, uma encomenda para vários meses: 5000. 5000 Van Goghs!

Zhao tem o azar de os seus Van Gogh valerem menos do que as cópias de praticamente qualquer outro artista. Os Van Gogh têm menor cotação porque o impasto inventado pelo holandês, baseado em tinta não diluída, traços grosseiros e geometricamente nada rígidos, é considerado a técnica mais fácil de copiar. Consta que a maior parte dos trabalhadores rurais que migraram para Dafen começou a sua formação, precisamente, a imitar Van Gogh. Os passos seguintes, diz Winnie Wong na sua tese, são o impressionismo e, quando o pintor é verdadeiramente bom, o desenho de paisagens ou de retratos. O mais realistas possível.

Não deixa de ter graça que o estilo livre, introspectivo e abstracto dos pintores modernos, focado nas suas percepções e não já na transposição hiper-realista para a tela, seja considerado menor no mercado da cópia alimentado pelas classes burguesas e esclarecidas do mundo. Um mundo onde foi inventada a fotografia.

Winnie Wong relata outra causa para o valor comparativamente baixo dos Van Gogh no mercado chinês: em 1987, a Natureza morta com quinze girassóis (1889) de Van Gogh foi adquirida por Yasuo Goto, um empresário japonês, por cerca de 40 milhões de euros. Foi, à data, o valor mais alto alguma vez pago por uma obra de arte. Três anos depois, Ryoei Saito arrematou o Retrato de Dr. Gachet (1890) por assombrosos 80 milhões de euros – quase um Cristiano Ronaldo. Estas compras foram notícia e, na China, tiveram o efeito de aumentar imensamente a procura por cópias de Van Gogh. À medida que mais e mais trabalhadores não qualificados se dedicavam à satisfação da procura, o preço das reproduções caía a pique. Em 1996, disse Zhao em entrevista a Winnie Wong, uma recrição em 20x24 cm dos girassóis de Van Gogh podia render-lhe 25 euros. Em 2009, a data da entrevista, já não lhe ofereciam mais de 6 euros. E, como referimos acima, 2009 foi um ano bom quando comparado com 2015. Entretanto, o custo de vida na China – e na procurada Dafen – aumentou.



As etapas da pintura por Zhao de uma Natureza morta com quinze girassóis (1889).
Fotografia de Winnie Wong.

Não se pense que Zhao se ficou pelos Van Gogh à falta de capacidade para melhor, como os preços de mercado podem fazer crer. Não é isso, pelo menos, o que transparece das suas palavras, trazidas a nós por Winnie Wong (na tese), Yu Haibo e Kiki Tianqi Yu (no documentário). Logo no início do documentário, Zhao recorda a noite em que sonhou que Van Gogh lhe perguntava “o que pensas das minhas obras?” Zhao respondeu-lhe: “Sinto que estou quase a entrar no teu mundo”. A sua obsessão com a vida e a obra de Van Gogh é clara desde o início do filme. Nota-se na tentativa de expressar as putativas emoções e pensamentos do holandês, sobretudo na fase francesa da sua vida (a última, da qual a maior parte das obras copiadas provém). E nota-se na euforia e esperança com que declara à mulher que vai gastar as poucas poupanças do casal para se encontrar com o principal comprador das cópias, o holandês de Amesterdão, e sobretudo cumprir o sonho antigo de visitar o Museu Van Gogh. Aí poderá, finalmente, ver os originais que só conhece de digitalizações.

Mas a obsessão de Zhao nota-se sobretudo na ideia que tem de si próprio: a de um artista atormentado. Vive consumido pelo desejo de criar obras de arte únicas, que tenham o reconhecimento dos seus pares e do mundo. Que paguem mais do que um mísero dígito em euros (como se o próprio Van Gogh não tivesse penado para simplesmente subsistir, não encontrando comprador sequer para o pouco que exigia por muitos dos seus originais). O curioso é que Zhao não tem interesse em pintar algo seu de raiz, com estilo e conteúdo próprios; para ele, ser-se artista plástico não é incompatível com querer-se fazer a cópia perfeita de um Van Gogh. Sendo que, mais uma vez, cópia não tem para ele o significado restrito de reprodução exacta a que estamos habituados, nós, ocidentais.

Por várias vezes, no documentário como na tese, Zhao deixa claro que, tantos milhares e milhares de obras reproduzidas depois, já não precisa de ver o original antes de o recriar. Evidencia, até, um auto-academismo e um desprendimento que o põem, pelo menos nesse sentido, num patamar próximo ao do pintor que admira: a pintura, neste caso a cópia, tem de vir o mais possível da evocação mental do original e não da visualização permanente da sua reprodução digital.




Um forte incentivo a esta sua concepção advém do próprio mercado onde ele se insere: numa curta visita à oficina de Zhao, relatada por Winnie Wong, o comprador holandês enfatiza que lhe interessam pouco as cópias fiéis, perfeitas. Ele quer recriações com “boa qualidade”, apenas isso. E não fica nem levemente incomodado ao ver dezenas de reproduções da Natureza morta com quinze girassóis (1889), como a pintada por Zhao nas imagens acima, com caules rectos bem diferentes dos retorcidos originais. Na verdade, diz ele, “ficam mais comercializáveis assim”. Isso ajuda a explicar que Zhao demore apenas uns 13 segundos a esboçar os girassóis na tela antes de começar a pintá-los.

Neste aspecto também, pelo menos, Zhao tem algo de Van Gogh: a sua impaciência, o seu stress permanente, fazem-no produzir uma recriação mais ou menos com a mesma rapidez com que o próprio Van Gogh os terá criado. Diz-se que, pelo menos nos 70 dias antes da sua morte, o artista holandês fez em média uma pintura por dia.

O que China’s Van Goghs mais acrescenta ao trabalho académico de Winnie Wong (para além das imagens que têm o efeito de mais imediatamente do que o texto nos fazerem entrar na realidade de Dafen) é a segunda metade do filme, em que Zhao viaja para Amesterdão e, depois, para a modesta Arles, em França. Depois de o vermos debater-se com os seus dilemas artísticos e financeiros, vê-lo nos céus, impaciente como uma criança por se “encontrar” com Van Gogh, é uma injecção para a nossa empatia por ele.



Chegado a Amesterdão, Zhao fica rapidamente desconsolado com a cidade, que imaginava repleta de arranha-céus como os de Shenzhen, ou mesmo os de Dafen. Na sua deambulação pela capital holandesa, Zhao encontra uma tela gigante das suas em grande destaque num quiosque de praça. Orgulhoso de os seus trabalhos serem vistos pelas multidões europeias, anuncia-se ao lojista e fica espantado quando este lhe diz que a pintura mais pequena de todas, uma que Zhao exporta por míseros 8 yuan (exactamente 1,01 euros), está ali à venda por 35 euros. Zhao fica também a saber que a tela grande, das maiores que produz, vende-se ali por incríveis 500 euros. Ficamos sem saber que margem recebe, mas arriscamos um cálculo: se 500 / 35 (ou seja, se o valor de revenda for como no outro caso 35 vezes superior ao da venda), então para Zhao cabem uns módicos 14,3 euros. Para atingir os 250 euros de salário médio em Dafen, terá de produzir quase uma destas mega-telas por dia.

Um dos momentos mais fortes do filme são os longos segundos em que, depois de se aperceber desta realidade, vemos Zhao sorver sofregamente o seu cigarro.

(A título de curiosidade, procurei trabalhos de Zhao à venda online e descobri uma sua Natureza morta com quinze girassóis (1889), com uns medianos 73x92 cm, à venda num site alemão por incríveis 1500 euros. Espero que Zhao já tenha entretanto descoberto uma forma de vender online, mais caro e sem intermediários.)

Mais atordoado ainda do que já vivia, Zhao prossegue a caminhada para o Museu Van Gogh, onde o vemos quase encostar o nariz ao Auto-retrato com chapéu de palha (1888). Conseguimos imaginar as sinapses no cérebro do nosso querido chinês, à medida que se apercebe das tonalidades e dos traços tão significativamente diferentes dos que Zhao conhece da internet.



O passo seguinte da viagem de Zhao é uma breve passagem por Arles, onde Van Gogh viveu os últimos anos, e da qual foi mesmo levado para internamento psiquiátrico durante um ano. Zhao encontra a sepultura do pintor e singelamente acende três cigarros que, com a cabeça para o topo, fumegam como velas fúnebres. À noite, o êxtase: Zhao vê finalmente o céu azul, azulão!, das noites estreladas que tanto mexem com a sua vida. E não só a sua.

O Zhao que regressa a Dafen vive mais do que nunca atormentado pela dúvida e pela pouca auto-estima. Mas familiares e colegas de trabalho garantem-lhe: nenhum trabalho é menos legítimo do que outro. Se reproduzes Van Gogh com paixão, se é isso o que mais do que tudo gostas de fazer, então o teu trabalho é bom e tão meritório como qualquer outro. O novo Zhao, talvez reconfortado, parte brevemente para a aldeia onde ainda vive, sozinha, a avó. Ali, com a tela no cavalete, vemo-lo retratar a anciã e logo depois as ruas do lugar, empedradas toscamente como os poucos casebres. Com pinceladas fundas, rápidas e desalinhadas. Tais como as do seu mestre.
Rui Passos Rocha
 
 
 
 
 

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