sábado, 3 de outubro de 2020

Outonos.

 



Dizer que há tantos lotes de Estações quanto compositores é um exagero. Não é um enorme exagero. É muita alma, idiossincrasia e imaginação a trasnspôr para a pauta os sons, as cores, as sensações e efeitos da Primavera, do Verão, do Outono e do Inverno. Em música, o ano é sempre sensacional.

Quatro Estações há muitas, portanto. Resmas. Agora, é googlar e ver o que sai: 3…2…1… Vivaldi. Antonio Vivaldi. Ponto. Cadê o resto? Cadê as outras?

Mas ele há Vivaldis e Vivaldis. Resmas. É muita alma, idiossincrasia e imaginação a fazer sua aquela partitura do Antonio.

Há a interpretação assim e assado, leve e pesado, lento e apressado, cozido e frito, colorido ou a tender para o cinzentito.

Depois há as reduções, as subtrações, as comutações: tira os sopros, deixa as cordas -- a ver se o Outono não fica mais outonal, sei lá.

E, por fim, há as brincadeiras e as recomposições: o que nos podemos divertir com isto, ou inventar e imaginar a partir disto -- como luz refratada num copo.

Ao Outono de Vivaldi, então (III. Allegro).

1.Interpretações de eleição: a de Nemanja Radulovic com a Double Sens Orchestra. Há valores afirmados, como a de Amandine Beyer com Gli Incogniti. Mas esta de Radulovic (em baixo) é -- como dizer -- tão a minha favorita.

2. Brincadeiras: Les Saisons amusantes, de De Nicolas Chedeville, por Jean Pierre Rasle com o Palladian Ensemble.

3. Recomposições: a de Max Richter, por Daniel Hope com a Konzerthaus Kammerorchester Berlin

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Manuela Ivone Cunha




5 comentários:

  1. Das três versões que nos ofereceu a que gostei mais foi a terceira de Max Richter e recordei-me de mais duas versões de que gosto bastante, sendo uma de Nigel Kennedy e a outra de Trevor Pinnock (a minha favorita em instrumentos da época). No entanto vou tentar escutar o álbum de Max Richter.
    Muito boa noite!
    Paula e Rui

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    1. Nigel Kennedy já aqui esteve na Primavera (Vivaldi!) :)
      E Pinnock é um clássico, sem dúvida

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  2. Ao escuta o álbum de Max Richter e a sua revisão de Vivaldi no Spotify, recordei-me de dois outros álbuns: Brian Eno e Gavin Bryars na sua revisão do "Canon" de Pachelbel e a influência da música de Purcell na obra de Michael Nyman.
    Obrigado por estas sugestões.
    Muito boa tarde!

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    1. Obrigada pelo comentário e pela lembrança de Eno/Bryars

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  3. e calha dizer que a Paula e o Rui são bons e velhos amigos, de há muito, muito tempo (sim, José Cid)

    António Araújo

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