quinta-feira, 6 de junho de 2024

Carta de Bruxelas.

 

              



                                                                                    Dão-se alvíssaras

 

Segundo noticiado, um grupo de mais 100 funcionários das instituições europeias manifestaram-se «em memória das vítimas da guerra em Gaza e para assinalar o que descreveram como a «morte dos valores europeus». Para tal os funcionários organizaram um «funeral simbólico, os manifestantes recorreram a sacos de cadáveres para representar a «morte do direito internacional, dos tratados da UE e da Convenção sobre o Genocídio.» A vigilância cívica, o compromisso com os mais elevados valores europeus é de louvar. Note-se que, num arroubo de alma, «fizeram um minuto de silêncio pelas vidas palestinianas perdidas no conflito». Convém repetir: pelas vidas palestinianas. Até ao momento, não se conhece outra acção deste tipo levada a cabo por grupos de funcionários cujo protesto, declaram, não é político. «Somos neutros», afiança uma funcionária, «estamos apenas a defender os direitos da União Europeia». Tão neutros que não houve uma referência que fosse ao massacre de 7 de Outubro de 2023 ou sequer aos reféns israelitas. Dão-se alvíssaras a quem vislumbrar no horizonte o próximo genocídio que levará para a rua esta gente neutra.

 

                                                                                    João Tiago Proença

2 comentários:

  1. O crime hediondo de 7 de Outubro não teve tantas manifestações de tristeza e solidariedade com o sofrimento das famílias, ao longo destes meses. Não houve nenhuma marcha a exigir uma visita médica, psicológica ou outra ao estado dos reféns, nem quantos ainda estão vivos. Estes "não têm direitos". Mais! Ainda são tomados como moeda de troca.
    João Moreira

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  2. Na Ucrânia, quando podem e ocorrem bombardeamentos de drones ou mísseis, os habitantes correm para os abrigos. O mesmo acontece na Rússia e, também, em Israel. Em Gaza , os abrigos são as mulheres e crianças que fazem de escudo, enquanto os combatentes estão nos túneis que a UE e outras organizições internacionais financiaram, assim como as escolas, os hospitais. etc. Toda a administração é da responsabilidade do Hamas.

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