A
História do território que hoje é o Usbequistão é, em grande parte, a História
das suas invasões por povos e exércitos.
Os
povos primitivos desenvolveram de forma perfeita a técnica do tiro ao arco a
cavalo, tornando ferozes os combates com os povos invasores. Segundo a
tradição, foram vários os povos invasores que soçobraram nas suas intenções. As
vitórias eram celebradas com o costume bárbaro de beber o sangue dos inimigos
com os seus crânios fazendo de taças.
O
imperador Ciro o Grande, que terá morrido numa batalha perto do Mar de Aral em
530 a. C., conseguiu finalmente estender o domínio da Dinastia Aqueménida à
Região. E com ele a imposição do zoroastrismo como religião de Estado. Foi a
primeira época estável que estes povos conheceram.
Em
329 a. C. esta Região marca encontro com a epopeia de Alexandre o Grande que,
desde a Macedónia, vai atingir a Índia. Atravessa o mítico Rio Oxus, hoje Amu
Darya, que atravessa o País, usando, segundo os relatos, peles de ovelha insufladas.
Na região que é hoje o Usbequistão, então a Transoxiana ou para lá do Oxus,
fundou uma Alexandria do Oriente. Aí casou com Roxana, filha de uma
individualidade local. Dela teve um filho que já nasceu póstumo. Teria sido o herdeiro
de Alexandre, mas foi assassinado criança durante um período de novo caos.
O
Século VIII assiste à vitória do Islão. Um milénio depois de Alexandre, em 706,
os Árabes vencem os Sassânidas, decidindo atravessar o Rio Amu Darya e ocupar
as cidades da Região impondo a nova fé do Profeta Maomé. Mas só um século
depois se consegue respirar uma atmosfera de estabilidade e prosperidade num
contexto árabe.
A
presença islâmica perpetua-se até hoje.
Mas
mais invasões viriam. Mas ficam para outras crónicas…
Em
Taschkent a Madraça (estabelecimento de ensino islâmico) Bark-Khan, a Mesquita
Tellia Cheikh e a Madraça Kukeldash são alguns dos monumentos que nos revelam
aquela presença.
A primeira foi construída no Século XVI e contem uma preciosa versão do Alcorão composta por 353 páginas de pergaminho escritas no Século VII. É o Alcorão do Califa Osman. Servia para o estudo dos alunos da Madraça.
Fotografias de 25 de Setembro de 2024
José
Liberato