sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Usbequistão: encruzilhada de civilizações (1).

 


 

Nos últimos dias de Setembro e primeiros de Outubro voltei a integrar um grupo organizado pelo Le Monde integrando diplomatas, jornalistas e leitores do jornal. Desta vez, o objectivo da viagem era a descoberta do Usbequistão.

O Malomil gentilmente acedeu a publicar umas crónicas dessa visita.

Já antes aqui publiquei Hotel Rwanda (sobre o Ruanda), A porta do Oriente (sobre o Líbano), Entre Oriente e Ocidente (sobre os Balcãs) e Argélia: tempo da Fraternidade? (sobre a Argélia).

O Usbequistão (ortografia em Português do Dicionário da Academia das Ciências) situa-se no centro da Ásia Central. E o pleonasmo à volta do Centro é mesmo justificado. Com efeito, proclama-se no país que o Usbequistão é o único país do Mundo que, não tendo acesso ao mar, é rodeado por países que também não têm acesso ao mar. Evidentemente que para o raciocínio estar correcto é preciso excluir o Mar Cáspio que é, apenas, um mar interior…

O Usbequistão é cerca de 5 vezes o tamanho de Portugal, tem 33 milhões de habitantes e está rodeado pelo Cazaquistão o Turquemenistão, o Afeganistão e a Quirguízia e o Tadjiquistão.

Como entidade política e com esse nome foi criado quando em 1924, Josef Estaline, na altura Comissário do Povo (Ministro) das Nacionalidades, resolveu dividir o que até então se chamava Turquestão em quatro entidades políticas diferentes com base nas etnias predominantes.

Tachkent é a capital. Um facto importante e pouco conhecido é que era a quarta cidade da antiga União Soviética depois de Moscovo, São Petersburgo, e Kiev. Hoje é a maior cidade da Ásia Central.

Em Tachkent não resta muito do período pré soviético.

O Memorial da II Guerra Mundial, contendo os nomes de todos os mortos usbeques e o túmulo de um soldado desconhecido, foi construído num estilo tradicional. Uma escultura representa a dor da Mãe Pátria, tendo em frente uma chama permanente.

 



O Monumento à Independência foi erigido onde antes estava um monumento de Lenine. Não será de um gosto extraordinário, mas dá para avaliar a evolução do regime soviético para a actualidade.


Ainda há vestígios do período czarista. O palácio Romanov foi a residência do Grão-duque Nicolau Konstantinovitch, sobrinho do Czar Alexandre II e, portanto, primo direito do último czar Nicolau II, exilado pela corte após um escândalo envolvendo joias da família.



A Ópera de Taschkent, o Teatro Navoy, honra o nome de Alisha Navoy (1441-1501), escritor e poeta muito considerado no país do tempo do Império Timúrida, fundado por Tamerlão. Foi inaugurado em 1947 e na sua construção foram sobretudo usados prisioneiros de guerra japoneses.



 

                            Fotografias de 25 de Setembro de 2024

                                                                 José Liberato




2 comentários:

  1. Usbequistão, pouco ou nada nos diz, mas o que fica com as imagens do nosso repórter é que valerá a pena ser visitado, obrigado mais uma vez pela partilha.
    Boas viagens.
    Um abraço...

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  2. Belíssima crónica! fico com vontade de conhecer! obrigado pela partilha.

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