quinta-feira, 28 de agosto de 2025

São Cristóvão pela Europa (313).

 

 

 

Situada na Região Veneto e na Província de Verona, a cidade italiana de Bussolengo fica junto ao rio Adige, o rio de Verona e o segundo de Itália depois do Pó.

A Associação BAC (Bussolengo Arte Cultura) desenvolve um trabalho notável no estudo, promoção e protecção do património dessa cidade e dos seus arredores.

Orientado pela Associação, a quem muito agradeço o planeamento desta jornada, em especial à Martina, visitei três igrejas: São Roque e São Valentim em Bussolengo e Santa Lúcia numa povoação chamada Santa Lucia, a 5 quilómetros de distância.

A Igreja de são Roque (1295-1327), o santo protector da peste, terá sido construída no Século XV. O seu interior está repleto de frescos. Cada fresco foi encomendado por uma das personagens ilustres da cidade, ao tempo. Curiosamente, alguns dos frescos são repetidos no sentido de representarem os mesmos santos. São Roque é, logicamente, o recordista com oito, mas o nosso São Cristóvão tem três.

O último está datado de 1513. O segundo é apenas um vestígio.

 




A igreja de São Valentim é dedicada ao santo padroeiro da cidade. Remonta ao Século XII. É mencionada num documento em 1339. Nessa altura era uma igreja vetusta ainda sem frescos. Tem um São Cristóvão e uma belíssima série de frescos com a vida de São Valentim. São do Século XV.

 




 Em Santa Lúcia, a igreja do mesmo nome tem um fresco representando o nosso Santo, deteriorado pela construção de uma porta. Segundo Mariuccia Boschetti no seu livro Mille…e no li dimostra, os afogados do rio Adige eram estendidos no chão junto à imagem do Santo na expectativa de Ele promover a sua ida para o Céu.

Ainda segundo aquela autora, que acompanhou a minha visita, os trajes baseiam-se na tradição bizantina. Segundo a sua descrição no mesmo livro, Ele é representado como um gigante empunhado uma vara transformada num ramo de palmeira e sustenta o Menino sentado no seu ombro esquerdo, apoiando-o com a mão livre. O Menino abraça o pescoço do gigante e por cima da sua túnica vermelha usa um manto forrado com arminho que esvoaça para dar o sentido do movimento ou de uma rajada de vento. O forro do manto do Santo e a Sua gola são também em arminho.

E da minha lavra: a decoração do manto do Menino é feita de uma simbologia presente em outras imagens do Santo. Parecem pegadas de pássaro.

A 10 quilómetros de aqui situa-se o campo de batalha de Rivoli, decisiva batalha da campanha de Itália de Napoleão em 1797, evocada na célebre rue de Rivoli em Paris.

 



                                               Fotografias de 7 de Agosto de 2025

                                                                                 José Liberato


2 comentários:

  1. Estes apanhados do nosso Liberato são leves, frescos e trazem tanta culturalidade...

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  2. Começou mais um ano escolar e o nosso (professor/repórter) traz-nos logo de início uma aula de história interessante, claro incluindo o nosso Santo.
    Vamos esperar pela matéria seguinte.
    Obrigado pela partilha!!!
    Um abraço.

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