segunda-feira, 5 de junho de 2017

Dor d'alma.

 
 




















Agora, que se aproximam as autárquicas, quando os senhores autarcas e os senhores candidatos a autarcas estão mais dispostos a ouvir os cidadãos, um lancinante apelo sob a forma de pergunta: por todo o país, mas especialmente nas grandes cidades, com Lisboa à cabeça, quando vai acabar a pouca-vergonha dos fios pendurados nas casas, amarrando prédios e quarteirões inteiros? Não há uma lei que obrigue as operadoras de telemóveis a evitarem isto? Até quando Lisboa, alindada e turística, irá ter de suportar tais lianas, que magoam a vista e nos ferem o coração?   
 
António Araújo

4 comentários:

  1. Lisboa???
    É o país inteiro.
    E tanto quanto sei, o senhor, comigo, é apenas a segunda pessoa a dar expressão à indignação em relação ao vandalismo desta cambada de bárbaros.
    E não é apenas a canalha das empresas de telecomunicações.
    E se num edifício restaurado providenciar tubagens e caixas pelo interior das paredes, de um poste a uma fachada, de acordo com todas as normas, esta canalha pura e simplesmente ignora a informação acerca de tais cuidados e rebenta com azulejos e cantarias para montar os cenários que tão bem aqui ilustra.
    Em meu entender isto só vai acabar quando os proprietários destes edifícios começarem a atirar essa porcaria toda para a calçada.

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  2. Não é verdade que seja no país inteiro.
    O que só dá razão a quem se indigna, porque prova que é possível fazer-se de forma diferente.
    Quem conheceu Óbidos há 40 anos e conhece hoje sabe ver a diferença.
    E muitas outras terras pelo país fora estão como Óbidos.
    Por exemplo, no bairro onde vivo, urbanizado há 15 anos segundo o Projecto RITA (para este tipo de tralha) não há sequer um poste ou um fio à vista: está tudo enterrado.
    Mas é preciso autarcas com visão e empenho para se conseguir isso: e há poucos.
    E também munícipes intervenientes, que há pouquíssimos.
    As pessoas, de um modo geral, demitem-se de tudo: convivem bem com estas coisas, aliás, é a mentalidade desleixada em relação à coisa pública que permite a continuação de situações como as das fotografias.

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    1. É, evidentemente, em todo o país. Óbidos, assim como a meia dúzia de exceções, é apenas a prova de que as coisas podem e deviam ser feitas de outra maneira. E para este efeito precisávamos efetivamente de pessoas menos indiferentes. Vêm-se fachadas riscadas e furiosamente perfuradas por dezenas de cabos - algumas onde chegam a pendurar bobines de fios com meio metro de diâmetro e dezenas de voltas... -, e em que os moradores nem sequer chegam a subscrever os serviços a que estão associados (os cabos passam por lá). E os senhores autarcas nem deviam gastar um cêntimo do dinheiro dos contribuintes a remediar estas situações. Elas configuram violações da lei de vários modos. Designadamente no que se refere ao RGEU em razão da alteração do aspeto visual das fachadas. Os senhores autarcas só tinham que fazer cumprir as leis por parte das empresas e fazê-lo de um modo tão diligente quanto aquele de que fazem uso em relação aos seus munícipes.

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  3. Quando passeio pelo País fora e visito esta ou aquela cidade ou vila, tiro sempre muitas fotografias de pormenores que acho interessantes, varandas de ferro, balaustradas em faiança, cantarias lavradas ou portas com bonitos trabalhos. Quando chego a casa e abro o cartão de memória da máquina no computador, o que vejo são fios e mais fios e mais fios a estragarem-me as fotografias. Já publiquei até um texto no meu blog sobre esse assunto, http://velhariasdoluis.blogspot.pt/2013/09/um-atlante-numa-rua-alentejana.html, pois alguns desses fios são verdadeiros crimes contra o património.

    Um abraço

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