sábado, 20 de julho de 2019

O Soldado Desconhecido.

 
 
 
Designam-se por Túmulo do Soldado Desconhecido os monumentos erigidos pelas nações para honrar os soldados que morreram em tempo de guerra sem que os seus corpos tenham sido identificados. Por vezes é um túmulo simbólico, ou cenotáfio, evocando todos os habitantes de um país que morreram em determinado conflito sem identidade conhecida, embora alguns contenham os restos mortais de soldados falecidos durante esses acontecimentos.
 
 
Frederícia, Dinamarca
 
 
O primeiro memorial conhecido foi o monumento ao Landsoldaten (Soldado de Infantaria) (1849), da Primeira Guerra de Schleswig, em Frederícia, na Dinamarca. Outro memorial antigo, deste tipo, é o Memorial ao Morto Desconhecido da Guerra Civil dos Estados Unidos, que data de 1866.
 
 
Abadia de Westminster
 

Paris, Arco do Triunfo
 
 
 
A tradição moderna desta prática foi iniciada no Reino Unido quando, terminada a Primeira Guerra Mundial, o governo decidiu criar um monumento funerário um combatente desconhecido, em homenagem a todos os soldados do exército do Império britânico, na Abadia de Westminster em 1920, o qual levou muitas outras nações a seguir o exemplo. Um dos túmulos mais famosos é o que está sob o Arco do Triunfo de Paris, que foi instalado em 1921 para honrar os mortos por identificar da Primeira Guerra Mundial.
 
Mosteiro da Batalha
 
Em Portugal, o túmulo do soldado desconhecido está no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
Reza o comunicado oficial: «No dia 9 de Abril de 1921 foram conduzidos para o Mosteiro da Batalha, Templo da Pátria, os dois Soldados Desconhecidos, vindos da Flandres e da África Portuguesa representando os gloriosos mortos das expedições enviadas aos referidos teatros de operações e simbolizando o sacrifício heróico do Povo Português.».
De facto, desde o final do século XIX que o Mosteiro da Batalha permite uma leitura histórica de referência nacionalista e celebrativa que justificou ter sido o local escolhido para fiel guardião do Soldado Desconhecido, tornando-se cenário de patrióticas visitas.
Sepultado sob a arrojada abóbada da Casa do Capítulo e alumiado pela «Chama da Pátria» do Lampadário Monumental, da autoria de Lourenço Chaves de Almeida, o seu túmulo tem Guarda de Honra e a proteção do mutilado «Cristo das Trincheiras» que no território de Neuve-Chapelle, na Flandres foi companheiro constante das tropas portuguesas. 
 
 
Mário Cordeiro
 
 
 

2 comentários:

  1. Sobre o Cristo das Trincheiras fiz um post cuja leitura sugiro não pela qualidade do que escrevi mas sim pela história dessa imagem e sobretudo pela memória desses desgraçados soldados portugueses que, após o desastre de la Lys, recuavam carregando os seus feridos e esse Cristo
    Helena Matos

    https://blasfemias.net/2018/11/05/o-cristo-das-trincheiras/

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