quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Quando os lobos uivam - 2




........1 –  Há poucos dias, referi aqui um texto que Manuel Loff dedicara à minha pessoa, o qual contém diversas inverdades e deturpações.  


         2 – O artigo, de que aqui existe ainda referência, não se encontra já disponível online. Saiu no «Portugal Diário», em 17 de Março de 2006 (rectificação: e não no «Diário Digital»).

Assim, para que não restasse a mínima dúvida sobre o teor das suas afirmações e falsidades, solicitei a Manuel Loff que republicasse esse seu artigo na íntegra, sem cortes nem rasuras. Ofereci-me, de boa fé, para publicá-lo neste blogue. A bem da verdade histórica. Em nome do direito à memória.
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         3 – Nas páginas do jornal Público, da passada terça-feira, dia 28 de Agosto, voltei a convidá-lo a publicar de novo o seu texto, na íntegra. Para que todos lessem e ajuizassem.
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         4 – Em resposta, Manuel Loff escreveu hoje, no Público, que a minha reacção tinha sido «excêntrica» e «ofensiva», pois «veio agora desenterrar uma crónica minha num jornal online já desaparecido de há... 6,5 anos atrás!». Mas não é esse, afinal, o trabalho dos verdadeiros historiadores, o trabalho de desenterrar o passado que se quer esconder? Loff pode escrever hoje sobre um livro de 2009 mas eu não posso falar de um texto dele de 2006? Que os textos de Manuel Loff têm um prazo curto de validade já todos percebemos. Mas a memória é selectiva? A verdade prescreve?  
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         5 – Solicitei, por duas vezes, a Manuel Loff que republicasse o artigo que sobre mim escreveu. Nunca o fez, nunca mostrou o seu texto. Pois aqui está ele:  
 
 
Clique para ampliar 
 


6 – Peço aos leitores que vejam:


a)     Manuel Loff  fala aí, ipsis verbis, de relações sexuais com «maiores de 16 anos», quando sempre discuti, isso sim, as relações sexuais com menores de 16 anos;
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b)    Manuel Loff diz aí, ipsis verbis, «Araújo não gostou da nova lei da nacionalidade». E até cita, entre aspas, artigos do Diário de Notícias da minha autoria (!), quando NUNCA falei, em lugar algum, sobre a lei da nacionalidade e NUNCA escrevi artigos de opinião no Diário de Notícias.  


7 – Aqui temos Manuel Loff à vista de todos. Nada como a transparência. Vejam o que lá está: passa do sexo com menores para o casamento homossexual, segue para a Fox TV, conclui com marretadas em carros franceses e com a guerra do Iraque. Eis Manuel Loff, vintage 2006.

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8 – É pena que tenha tido de ser eu, o visado, a publicar aqui este texto que me calunia e difama. Mas tive de o fazer, já que Manuel Loff nunca quis revelar o seu próprio texto. Em face do que sobre mim escreveu, solicito que me responda apenas a duas perguntas, duas perguntas breves e directas, acessíveis a todas as inteligências:  

a)     – é verdade ou mentira que me atribuiu opiniões sobre a criminalização de relações sexuais com maiores de 16 anos?

b) – é verdade ou mentira que me atribuiu opiniões sobre a lei nacionalidade, citando até artigos que eu teria escrito no Diário de Notícias?
 
 
Não duvido que Manuel Loff irá certamente responder a estas perguntas, tão simples e tão directas. E não duvido que o irá fazer sem quaisquer subterfúgios. São duas questões  muito simples, de «sim» ou «não».
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Em meu nome e em nome dos seus leitores do Público, antecipadamente agradeço a sua resposta, que todos aguardamos com natural expectativa e o maior interesse.  
 
 
António Araújo








 

12 comentários:

  1. António Araújo, mas que tem tudo isto a ver com a polémica Rui Ramos/Manuel Loff, e porque há-de o Manuel Loff fazer-lhe a vontade? Esse assunto não devia ter sido discutido na altura? Não percebo. Vai insistir aqui em tentar chamar a atenção do Manuel Loff, por uma coisa que já acabou há meia dúzia de anos?

    Pedro

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    1. ... há aqui uma valente esquizofrenia!não se trata sequer de uma discussão, porra! uma discussão séria pressupõe dois pontos de vista diferentes, neste caso não são dois pontos de vista diferentes, mas de um lado, uma mentira descarada. Trata-se então de aproveitar a situação para pôr a nu uma forma de actuar aliás bem comunista: a utilização da mentira e da calunia sem a menor réstia de vergonha ...ao q se soma o agravante de a pessoa em causa ser um´historiador'. a 'coisa' (AA/Loff)até pode ter acabado há meia duzia de anos mas prova-se que Loff é um utilizador compulsivo do método com o seu próprio nome e não se sente minimamente embaraçado com a situação! só me mete nojo

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  2. Na verdade, uma simples pesquisa na Net permite deslindar a "confusão" de Manuel Loff. Em 16 de Março de 2006, o Diário de Notícias publicou um artigo, com o título de «As agendas que não coincidem», onde se citava a opinião de Carlos Blanco de Morais (um nome bastante diferente de... António Araújo), identificado como «novel consultor jurídico do palácio cor-de-rosa», o qual, segundo esse artigo, tinha escrito em Junho no supracitado jornal as afirmações que Manuel Loff atribuiu a António Araújo. É fácil verificar. É só ir aqui: http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=637493.
    Portanto, ou Manuel Loff não leu o artigo e foi mal informado - tendo-se "esquecido" de verificar a fonte, o que é imperdoável num historiador - ou cometeu um acto de deliberada citação fraudulenta. Se ele não fica bem em qualquer destas fotografias, a última tira-lhe todo o crédito. E arrisco mesmo a dizer que põe fortemente em causa a sua probidade como historiador. E digo isto mesmo considerando que me sinto tentado a dar-lhe razão na polémica que ele desencadeou com Rui Ramos. Só que há coisas que mancham irremediavelmente um carácter...

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    1. Mário Machaqueiro, ou dá razão ao Manuel Loff, ou não dá razão. Suponho que tenha uma opinião própria sobre a História, independente do carácter ou probidade dos historiadores ou de qualquer outra pessoa. A verdade é que, por isso mesmo, ainda não entendi a relevância do enxerto desta história trazida pelo António Araújo no debate Manuel Loff/Rui Ramos. Isso é uma discussão para terem os dois, se os dois quiserem, o que, aliás, já devia ter sido feita na altura, e que, francamente, me parece uma coisa paroquial, ainda que, justamente, segundo parece, tenha arreliado muito o António Araújo. Que venha o António Araújo, agora, apelar ao respeitável público com um "vejam, senhores, o que ele me fez há seis anos, pode-se lá confiar neste homem?", parece-me risível, até porque a coisa na altura passou em branco para toda a gente, incluindo para o próprio.
      Sobre o assunto propriamente dito, aquilo que interessa, o Rui Ramos insiste em o tratar como um caso de difamação, coisa nunca vista nos anais das discussões entre historiadores, por mais acesas que sejam. O Manuel Loff disse que o Rui Ramos distorceu a História, apresentando uma visão errada e tendendiosa dos factos. Meus senhores, isto é banalissimo em qualquer lado e em lado nenhum suscita defesas de honra como as do Rui Ramos, a coisa mais ridicula que eu já vi neste contexto. Combates de boxe entre cientistas, em programas de televisão, já vi, mas isto não. Dá impressão de que vai ficar por aqui a discussão e o Rui Ramos, obviamente, dá o passo seguinte nestes casos: coloca o Manuel Loff em tribunal e exige uma indemnização por danos morais e psicológicos e uma retratação pública. Lá vai ter o Manuel Loff de publicar nos jornais do costume: "declaro que não tive a intenção de ofender o senhor Rui Ramos".
      Portanto, isto tudo, incluindo esta série de posts do António Araújo, é sintoma de falta de maturidade no debate em Portugal. Mais vale continuarem todos a tomar chá no grémio literário. Falando nisso, até no século XIX em Portugal estas coisas eram mais interessantes e não havia estas frioleiras. Não estou a ver o Oliveira Martins a acusar outro historiador de difamação, por causas das suas opiniões sobre o Marquês de Pombal.

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    2. Esqueci-me de assinar; chamo-me Pedro Sequerra (não, não sou o Manuel Loff disfarçado ;)

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    3. Caro Pedro,

      Como me parece estar a acontecer com frequência neste debate, vejo no seu comentário várias confusões. O comentário que aqui deixei não pretende - como verá qualquer pessoa que saiba ler - pronunciar-se sobre a polémica Loff/Ramos, que mencionei apenas de raspão para frisar que, neste caso, até me sinto mais próximo dos argumentos de Loff. Acontece que, movido pela curiosidade suscitada por este "post" de António Araújo, fiz uma breve pesquisa na Net que rapidamente corroborou a acusação que Araújo faz a Loff. Poderá dizer que essa acusação é lateral à referida polémica. Dir-lhe-ei que é e não é: é-o porque, aparentemente, se reporta a factos totalmente extrínsecos a ela; mas não o é se pensarmos que os factos referidos por António Araújo lançam, no mínimo, uma forte suspeição sobre os "métodos" argumentativos de Manuel Loff. E mesmo que essa suspeição não se aplique à polémica em causa, há que convir que ela mancha o carácter de Loff e a sua probidade até como historiador. Há coisas que não saem nem com a melhor lixívia, e quando se é uma figura pública, com responsabilidades importantes no campo da historiografia nacional - como Loff indubitavelmente é -, há que ter cuidado redobrado com o que se diz e com o que se publica. Sob pena de um "deslize" contaminar tudo o resto.
      Dito isto, concordo consigo quando o Pedro sugere que, por cá, as pessoas não sabem conduzir um debate intelectual com desassombro e elevação (dois termos que não se excluem) e que tendem a fulanizar e a reduzir as discussões aos ataques "ad hominem". Rui Ramos está a contribuir para isso quando pretende assimilar os argumentos de Loff a meras difamações; os críticos de Loff fazem-no quando procuram desvalorizar as suas teses por ele ter apoiado a CDU numas eleições (!); os críticos de Ramos fazem-no quando pretendem desvalorizá-lo por ele nunca ter passado, supostamente, de "assistente estagiário" (já vi escrita esta alarvidade num blog); etc., etc. Seja como for, o que António Araújo aqui afirma releva de outra coisa, que não pode ser simplesmente varrida para baixo do tapete.

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  3. ó pedro! (desculpa lá aqui tb te tratar por tu mas na clínica da Av do Brasil tratávamo-nos assim) tu não és o gajo da ala norte viciado em blogosfera que se fez amigo do enfermeiro chefe para ter acesso ao computador dele? olha pois eu sou aquele desgraçado que quando foi mandado para a enfermaria dos perigosos e deixou de ter permissão de sair aos fins de semana, deu uma sova no enfermeiro, roubou-lhe a seringa e a bata e consegui fugir. tá tudo doido fodass. Não posso com o teu discurso palavroso! Loff é MENTIROSO e isso é feio. para ti não?

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  4. Há pessoas que têm o duvidoso condão de se desgraçarem sozinhas pelo mero facto de *escrever*. Conheço pessoalmente alguns casos. Obrigado, António, por desmascarares mais este.

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  5. Creio que já toda a gente percebeu com quem estamos a lidar.
    Resta deixá-lo voltar para a obscuridade a que pertence.

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    1. ... comentario lindo de morrer, o teu!!! perante o olhar assustado e incrédulo de um grupo de crianças a caminho da escola, na rua escura e deserta ecoou um ruído metálico antecedido de um resmungar raivoso - o fechar da tampa de esgoto anunciava mais um ser das profundezas de volta ao seu habitat após o encadeamento provocado pela luz do exterior....

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    2. Sensual, és tão sensual, tens esse ar de homem fatal! Sensual, és tão sensual.

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  6. http://ruadopatrocinio.wordpress.com/2012/09/01/combate-de-historiadores-a-portuguesa/

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