quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A orelha de Van Gogh (Cena Dramática).

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A cena passa-se num quarto de pensão, em Arles, no entardecer do dia 24 de Dezembro de 1888.

Personagens:

Van Gogh e a sua Orelha Esquerda.

Van Gogh está diante dum espelho, com uma navalha de barba na mão direita. Apalpa a cara, depois a orelha esquerda.
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V.G.: Bom, vamos a isso. (Segura com cuidado a Orelha Esquerda).

Orelha Esquerda: O que vais fazer...?

V.G.: Cortar-te.

O.: Cortar-me?! 'Tás doido ou quê?

V.G.: Estou. Há muito. Cheguei mesmo à,perfeicão nesse domínio. Não é doido quem quer, mas só quem pode. E nem todos podem ser doidos. Acaso já ouviste falar de algum merceeiro doido? (Pausa). Agora, sim, que o outro se foi embora, agora posso agir à vontade. Só se age bem quando se está só. E eu estou só e calmo... Consigo olhar no espelho a minha própria cara como quem vê uma laranja na montra duma frutaria. Imparcialmente. Distan­ciado. Com o espírito crítico intacto, gozando de todas as minhas faculdades. E vou cortar-te como quem descasca uma laranja...

O.: Alto lá, Vincent! Que é isso?! Olha bem o que vais fazer!...

V.G.: Já vi. Em pensamento, como quem sonha. Vi-me a erguer a navalha, a separar-te cuidadosamente do meu corpo, a afastar-te definitivamente de mim, como uma unha cortada ou um dedo dece­pado por uma máquina, como um quadro pronto que nos levam... Em suma, já vi tudo o que vou agora executar, do mesmo modo que o criminoso já viu o gesto homicida, o sangue que irá jorrar, o corpo inanimado, o acto consumado, a culpa formada para todo o sempre, a condenação, o degredo, os anos de mosquitos e calor, o sofrimento, o remorso e depois o esquecimento, tudo, tudo antevisto... Pronto, vamos a isso!

O.: (em pânico): Eh lá, ó senhor Van Gogh, pare lá com essa tolice, veja por onde se mete! Olha que brincadeira, hã!... E se me cortas mesmo, ficas sem orelha esquerda, já pensaste nisso?

V.G.: Não faz mal. Tenho outra, a direita.

O.: Mas pára lá com essa maluqueira, Vincent! Pensa nos outros, no que eles vão dizer: Que diabo de ideia, cortar uma orelha, mas para quê? o tipo está doido varrido, etc. Caramba, não se corta assim uma orelha, sem mais nem menos, só para satisfazer uma tineta qualquer! Pensa na tua família, no teu irmão, na posteridade... Sim, o que dirá ela, a Posteridade? Os teus biógrafos vão debruçar-se sobre esse gesto com espanto e maldade, com todo o rancor dos polícias que examinam um cadáver maltratado... Já pensaste em tudo isso? Não se pode apagar um gesto, como se ele fosse feito de giz material! Uma orelha que cai nunca mais volta a ficar no mesmo lugar!... Pensa nos outros, Van Gogh, pensa neles!...

V.G.: Quero que vão todos para o raio que os parta ou para as profundas do Inferno. Quero tanto saber deles como de ti, orelha mouca e tola! Assez bavardé! Vamos a isso!

O.: Ai, ai! (Chorando). Logo a mim, que sou a orelha esquerda dum homem destes, um verdadeiro talento, um homem de respon­sabilidades, que há-de vir mas enciclopédias e ter retratos seus estampados nos livros dos doutores! Ai, ai! E porquê? Porque hoje é véspera de Natal e ele está doido varrido!... Mas eu não mereço esse castigo, eu nasci colada à sua cabeça, desde que saímos ambos do ventre da mãe dele, a pobrezinha! Sempre juntos, em toda a parte, na escola, nas viagens, nos comboios, sempre, sem­pre a orelha esquerda colada ao temporal da cabeça de Van Gogh, sempre, uma aliança sem falha.E agora, zás!, vem ele com a naifa e quer separar-nos! Mas eu não mereço isso, caramba!

V.G.: Não mereces, realmente não mereces. É certo. Mas todo o castigo é afinal injusto. Acaso hesitou Abraão quando o Senhor lhe ordenou que degolasse o filho amado? Não. Já vês. E era seu filho, filho muito querido.

O.: Mas tu não és judeu, não tens um filho, Deus não te ordenou que me sacrificasses... E, além disso, uma orelha é uma coisa que pertence a quem a usa, que faz sempre falta, que mal se nota tão discreta é, que não exige cuidados especiais, que nem é preciso educar, mandar à escola, ensinar o padre-nosso, deitar na cama quando a noite chega, castigar quando prevarica, afagar quando está triste... Nada disso, uma orelha é toda funcional, apagada e útil, presença discreta, quase insignificante, não fosse ela tão ne­cessária para recolher os sons que o vasto mundo produz...

V.G.: Cala-te, já me estás a irritar com essas lamúrias! (Empunha a navalha).

O. (aflita): E que vais fazer de mim quando me tiveres cor­tado?

V.G.: Ainda não pensei nisso. Primeiro agir, depois pensar. Vere­mos isso mais tarde. (Reflectindo). Olha, meto-te num sobrescrito e vou levar-te ao bordei, dou o envelope à Sylvie e digo-lhe: Toma a minha orelha esquerda e faz dela o que quiseres... Ou então mando-te pelo correio para o presidente da República francesa... Ou ofereço-te ao primeiro vagabundo que encontrar na estrada para Avinhão...

O.: Insensato! Vais agir à toa, sem saberes para quê nem como!...

V.G.: Silêncio, orelha! Desde quando é que as orelhas falam em vez de ouvirem, hem?! Ora esta!... Era o que me faltava, ter uma orelha respondona!... (Cai num profundo silêncio. Fala agora como quem monologa). Como é que um homem, ser que veio ao mundo por uma fenda carnal que fica entre o orifício das urinas e o das fezes, pode crer em juízos sintéticos a priori ou no dogma da Imaculada Conceição, fabricar pontes, inventar divindades, escrever tratados de finanças e compor sonetos?... Como é possível coisa tão espantosa e irregular? (Fica calado. Olha-se com enorme aten­ção no espelho. Guarda entretanto a navalha no bolso das calças. Monologando). Hoje é véspera de Natal... Isto vai prestar-se a con­fusões. Os biógrafos vão associar o meu gesto à data, tirar ilações da coincidência, extrapolar, comparar, disparatar... É seguro... E no entanto, gostaria que ficasse bem claro que não houve nisto tudo qualquer intenção religiosa ou congénere. A religião, deixei-a de vez, lá no norte, na cinza do Borínage. Acabou-se. Deus uno e trino esticou mesmo o pernil, está dito e redito. Acabou-se pois a Religião. E de­pois, o que é afinal uma data? É um papel que embrulha um rebu­çado: come-se o rebuçado, deita-se o papel fora. O curioso é que, para a História, fica apenas -o papel, amachucado, triste. Papel sem rebuçado... (Para a orelha). Seja como for, com Natal à porta ou sem ele, vou arrancar-te, orelha maldita! (Tira a navalha do bolso, segura na orelha com a mão esquerda e inclina-se para o espelho). Orelha danada, vou dar cabo de ti!... Sim, vou arrancar-te, não por­que te deteste, não para te castigar de qualquer obscura e secreta culpa involuntária ou de qualsquer pecado oriiginal que te tivesse contominado ao caires da vulva da minha mãe, mas iporque há em toda a punição uma auto­punição e é castigando-te que eu procuro afinal castigar-me,para que uma parte de mim se exile já do todo que eu mesmo sou, para que a desagregação comece aqui, neste cabo de mim próprio, exactamente aqui, ao lado dos meus olhos, na orelha esquerda, para que eu saia de mim nem que seja por um acto absurdo, para que um gesto extático me ultrapasse a partir de dentro. Sacrifico-te, pois!

(Corta a orelha esquerda e deita-a fora. Começa a sangrar. Deixa cair a navalha. Olha para a orelha, caída no chão).

Toda a vida sonhei com o êxtase. Sair de mim! Estar ao mesmo tempo dentro e fora, sair de casa e estar à janela a ver-me afastar pela estrada, destruir-me e continuar coeso e intacto, ser eu e con­seguir estar longe de mim, ser a união dos contrários...

O êxtase, só isso conta na vida. Procurei-o por toda a parte, até aqui, nesta vitória provençal, a dormir um sonho imortal à som­bra das suas oliveiras, árvores imortais e cigarras obstinadamente a cantarem o dia inteiro no meio das vinhas,  dos pinehrios e dos plátanos... Procurei o êxtase na devoção religiosa, procurei-o na entrega total ao serviço dos outros, no Puro Amor dadivoso, no sacrifício de mim, procurei-o mais tarde na Arte, oficiando com pincéis, tela e óleo, procurei-o na Visão ardente, mas nem aqui alcancei o êxtase absoluto. As sarças ressequidas de que me aproximava nunca se incendiaram ao serem tocadas pelos meu olhar de artista. Ao pegar num pincel, pensava para comigo:

É agora. Com este pedaço de madeira e estes pêlos embebidos em óleo colorido, vou sair de mim, vou realmente entrar em êxtase, vou conseguir o milagre de ser ao mesmo tempo o criador e a coisa criada, o sujeito e o objecto, o interior e o exterior, mais a linha que os divide e une...
E pintei, pintei imenso, como um louco, espalhei torrentes de cor no firmameinto opaco das telas... Nada. O firmamento estava pintalgado, mais nada. Mas afinal eu, onde estava eu? Dentro de mim, lá no fundo, cada vez mais interiorizado e escondido. Debru­ço-me sobre o meu próprio poço e grito:
Eh, quem está aí?!

Sou eu, quem está lá no fundo do poço, acocorado, com o queixo sobre os joelhos e a água pelos quadris. Vencido. Sujei telas, mas não saí de mim. As casas, os pomares, os sóis, as estrelas baila­rinas, os ciprestes provençais, as searas, as flores e os rostos esta­vam presos nos meus quadros como borboletas mortas espetadas com alfinetes numa caixa de cortiça e até as uvas pareciam amadurecer neles sem preisarem de ser tocadas por mim. Mas eu? O meu êxtase?! Os outros podiam quedar-se, exaltados e radiantes, diante dum cipreste que dança como uma flama ou dum par de botas que resume a fadiga dos caminhos calcorreados – mas eu, que faço eu afinal em tudo isso, eu que sou o autor de tudo isso?! ( Leva maquinalmente o lenço à ferida  donde continua a jorrar sangue). Que tenho eu, Van Gogh, a ver com as obras dum tal Van Gogh que sucede ser eu mesmo? Que me trazem elas de novo que já não houvesse afinal – lá fora ou em mim? Olhando os meus quadros, sentia-me assim como um homem que, tendo-se enganado no impermeável, dá pelo equívoco e volta a pôr o seu, devolvendo o outro ao legítimo dono. Mais nada. Mas o êxtase, esse onde está, o meu êxtase?! Onde a sublime Divisão-Unidade? O vazio dumpoço seco, eis o que encontrei depois de pintar dezenas de telas, que aliás ninguém leva a sério, nem mesmo o outro, aquele que partiu hoje para Paris... O vazio, portanto, eis o resultado. O vazio, não o êxtase. Este quarto, estas cadeiras coçadas, esta cama triste, este espelho, este meu corpo, estas duas orelhas que são minhas, agora reduzidas :a uma ainda válida e a outra, viúva, no chão... E sempre eu dentro de mim, eu só, no castelo de If do meu Ego mondtruoso,  lá dentro aferrolhado, eu à janela da casa à espera de ver-me a sair pela porta, a afastar-me pelo caminho... Mas ninguém sai de casa, a porta está fechada e em vão, apuro o ouvido: nenhum passo. Só ele, o outro, partiu, para Paris, sem me oIhar, sempre demasiado ocupado com a Obra que tem de fazer, não com o meu desespero de solitário...

Eu, em suma. Eu sempre dentro de mim, prisioneiro de duas datas, a do meu nascimento e a da minha morte futura, caminhando isolado entre duas fendas do universo, a vulva que me expulsou e o túmulo que me há-de engolir de novo, eu a fazer grafitti em telas, eu a produzir objectos que, mal acabados, fogem logo a sete pés de mim como se tivessem medo ou horror de quem os criou, eu incapaz de ser as coisas que criei, sempre aquém do gesto que as executa. Aquém... E de que me serve pintar searas ou faces dos homens? As paredes que hão-de um dia ostentar essas telas tanto faz afinal que eu pinte um boné de iã ou um campo perto de Arles ou um rosto picado de bexigas: só a minha assinatura conta, eis tudo. Para os que um dia hão-de passear, com um catálogo na mão, diante dessas coisas saídas dos meus dedos, com um cice­rone estulto ao lado, a explicar sem explicação nenhuma as telas que os olhos mortais verão mais tarde, que interessa exactamente o que foi e sofreu e pensou e teve fome de absoluto e de êxtase total e sentiu medo da morte e desesperou certo bípede singular e finito chamado em vida Van Gogh, e que à noite acordava sozinho na sua cama a pensar que aquele corpo suadao e transitório seria um dia atirado para um buraco donde nunca mais me deixariam sair?... E a mim, que me interessam todos esses bípedes futuros, australianos ou zulus, guatemaltecos ou chineses, que se hão-de abeirar, circunspectos e sobretudo seguros, diante da minha obra exposta nas paredes dum museu, na Europa ou no outro lado do mar?!

As paredes mudam de rosto e os rostos que as fitam mudam talvez de alma, mas afinal o homem que pintou todas aquelas telas continuou a ser quem era, angustiado e amarrado dentro dos limites individuais em que nascera, dentro dos muros intransponíveis duma singulari­dade finita, eternamente finita... Se eu estender o braço, que su­cede? Nada. O meu ser chegou até ao fim do meu braço, mas eu não cheguei a parte nenhuma, continuo imóvel dentro do meu cárcere absoluto. Se eu fizer um gesto, que sucede? Nada. Van Gogh fez um gesto, é um gesto de Van Gogh. Mais nada. Mas eu, Van Gog,fi, continuo a ser o mesmo Van Gogh, tanto antes como depois. Se eu gritar ou pintar ou sair de casa a correr ou escrever cartas ou me atirar para debaixo do comboio para Marselha, nada disto muda: continuei dentro de mim, mesmo na hipótese de me ter suicidado. (Olha a orelha caída no chão, apalpa a cara e nota que os dedos estão cheios de sangue). E aquilo, ali? E este sangue?... De que serviu tudo isto? Mesmo sem orelha esquerda, continuo a ser meu prisioneiro... Faça o que fizer, não saio dos corredores da prisão de mim mesmo. Lá fora, estão os outros, mas para cada outro ele mesmo é apenas um outro e todos os outros afinal outros tantos outros... Cada um num mundo de surdos, cada um diante do seu espelho inútil, cada um à espera da morte que não vem embora haja de vir. Tudo ]lhas...Tudo ilhas, mas nenhum arquipélago em parte nenhuma que as ligue e junte para lhes dar um sentido qualquer, uma qualquer finalidade...Todos emparedados, todos miseravelmente sozinhos.

Sim, eu pinto. E depois?... Os meus gestos ficam presos, cola­dos nas telas, não furam as telas, não derrubam as minhas próprias paredes, não me levam ao outro lado do espelho onde me vejo refletido... Olho este quadro, por exemplo, e que vejo? (Levanta um quadro que seca encostado a uma parede. É um auto-retrato recente). Moscas presas num papel mata-moscas. A mosca Van Gogh presa no papel mata-moscas fabrico Van Gogh. Mais nada. A mão que fez isto foi-se, retraiu-se uma vez findo o trabalho, como o mar que se retira, deixando na praia uma ou outra concha, sinal da sua presença anterior. Mas eu não cheguei a sair de mim: foi apenas a minha mão que andou lá fora e voltou para casa para dormir. E aqui a tenho de novo, ensanguentada... (Observa a sua mão direita coberta de sangue). A jaula fechou-se: o predador noc­tívago voltou ao jardim zoológico...Ficou lá fora o filho dele, um quadro...Um quadro que será um dia mostrado num museu. Farão postais com os meus óleos, dar-lhe-ão títulos bilingues...Os crí­ticos hão-de dedicar-me um capítulo especial na evolução da pin­tura, entre Giotto e um qualquer pinta-monos futuro... Servirei de ponto de referência, falarão de descobertas técnicas, inovações, rupturas, etc.... As minhas searas embalsamadas hão-de viajar de museu em museu, de país para país, com títulos, poliglotas. View at Arfes with blooming trees. Ou: Vue d'Arles avec des arbres en fleur. Ou ainda: Blick auf Arles mit blühenden Baumen. Ou então: Gezicht op Arles met bloiende Bomen. E uma data: 1888. Claro, uma data, o tal papel do rebuçado, mas agora com o rebuçado ao lado... Merda para Arles, para as árvores em flor, para o ano de mil oitocentos e oitenta e oito!...

Protesto!! Eu, Van Gogh, escondido e esquecido de todos neste quarto duma pensão de Aries, neste entardecer da véspera de Natal do ano fatídico de mil oitocentos e oitenta e oito, eu solenemente protesto! Não quero que o futuro se ocupe das árvores de Arles a florir, das searas que pintei ou dos girassóis que fixei! Protesto! Isto é, mutilo-me, deixo à posteridade esta orelha esquerda decepada como penhor de insubmissão absoluta — e a posteridade que me compreenda ou não, isso é lá com ela. Estou em rebelião, quero evadir-me da minha própria prisão e, como o não consigo, dou com a cabeça nas paredes, aleijo-me de propósito. Mutilo uma parte ínfima de mim, uma parte simbólica e menor, colo na parede a orelha que desterrei de mim mesmo e mostro-a a todos os que me vierem visitar! Assim perceberão talvez que não pude evadir-me, que a clausura me pesou dum modo intolerável, que me atirei às grades com quanta gana tinha, até deitar sangue por qualquer lado. Deixo aos vindouros este poema prático: a minha pobre e inocente orelha esquerda decepada, Ana Bolena deste Henrique VIII da pintura. Revolto-me porque não atingi o êxtase, castigo-me castigando uma província corporal do meu próprio ser físico. (Cala-se. Senta-se à beira da cama).

E acabou-se. Começa aqui a anedota, findou a tragédia. Venham os críticos, os psiquiatras, os historiadores da Arte, os embalsamadores da vida. Tomem a minha orelha, taxidermistas do porvir! Empalhem-na: e descubram como quiserem o sentido desse gesto demente. Não tenho mais nada a alegar em minha defesa. O único que podia compreender-me partiu hoje para Paris. Fiat voluntas mea. Assim seja. Amen.
Aix-en-Provence, 24-1-1972

 

Revista Colóquio-Letras, nº 32, Julho de 1975,  pp. 40-47, ilustr.com desenhos de Van Gogh. Foi adaptado como teatro radiofónico, no programa Tempo de Teatro, na RDP, por Filipe La Féria, em 1985, com interpretações de Mário Viegas (V.G.) e Maria do Céu Guerra (Orelha).  Revisto em Setembro de 2012.
 
 João Medina 



 

5 comentários:

  1. ...bem saudades tenho do teatro radiofónico - muito melhor que o teatro ao vivo. permite uma viagem muito maior que o teatro vivo. melhor ainda se não souberes quem são os actores, então estás mesmo no meio da acção escondido a assistir a tudo - genial! ao vivo só mesmo com actores para lá do genial (amigo meu assistiu em Paraty no Brasil em casa de amigos a uma sessão ao vivo o monólogo da onça pelo genial Paulo Autran (esse gaysão louco) e quem estava ficou arrepiado deixou de ver o Paulo Autran já 'só via onça mesmo'. dois pedidos: 1 - volta teatro radiofonico; 2 -actores resguardem-se, apareçam menos mantenham o mistério...(não queremos saber nada das putas das vossas vidas pessoais) ...

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  2. Respostas
    1. ...merda merda é aquilo que entra pelos quartos de hospícios, ,pelas casas das pessoas e pelos cafés deste país a dentro pela tv, essa sim merda e da pura (tu não és o avô cantigas?)

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  3. Fica aqui o link para a peça A Orelha de Van Gogh pelos geniais Mário Viegas e Maria do Céu Guerra: http://conversamuitaconversa.blogspot.pt/search?q=orelha+de+van

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  4. Como diria Clara Ferreira Alves, grande admiradora deste blogue:
    É um artigo seminal. Estou espantado como ainda não faz parte do "plano nacional de leitura". Acho que o João Tordo vai promover uma petição pública.

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