Salvador Dalí, O Grande Masturbador, 1929
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A
vez que jantei melhor na vida foi na casa que pertenceu a Salvador Dalí, mesmo
em frente do Sacré-Coeur em Paris, uma casa extraordinária com uma
extraordinária vista para a igreja. Comi sentado numa espécie de sofá pequeno,
com o prato nos joelhos (havia bastante gente naquele jantar) e um enorme
quadro de Miró por cima da minha cabeça, uma tela magnífica mesmo para quem,
como eu, não é grande admirador de Miró. A casa, aliás, estava cheia de
quadros, todos eles excelentes, e eu ia olhando de boca aberta o que facilitava
imenso a entrada do garfo na boca.
António Lobo Antunes, Visão, de 20/9/2018
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