segunda-feira, 28 de março de 2016

Os dias com ele.

 
 

 
 
 
«A diretora Maria Clara Escobar se propõe a realizar um documentário sobre seu pai, o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar, preso e torturado durante a ditadura militar e autoexilado em Portugal. Autor de mais de 30 livros, entre filosofia, poesia e ensaios, Carlos se recusa a fazer o filme proposto por Maria Clara. Maria Clara não quer fazer o filme a que seu pai se dispõe. Os dias com ele se dará no agenciamento desse embate. 
O filme foi realizado em duas viagens a Portugal, a primeira de quatro meses, a segunda de dois meses, “e um método mais automático do que resultado de uma reflexão” – observa Maria Clara –, “ele usando a construção das palavras e eu, o aparato da câmera. Ele repetindo um método de construir e eu, um de desconstruir. O que retrata e o retratado. O que olha e o que é visto. E, por que não, dentro dessa mesma lógica de relação de poderes negociados e apropriação de sua matéria, o que é pai e a que é filha. Repetimos muitas vezes este procedimento; e de maneira estranha, através da repetição, íamos nos aproximando e conhecendo pouco a pouco as armadilhas de cada um e talvez as armadilhas em que cada um estivesse preso”. »
 
(aqui)
 
 
 
 

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