segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A morte no olhar.

 
 
 
 
 
 
Thomas Lea,  O Olhar dos Mil Metros, 1944
 
Até nem acho muita graça à pintura e às ilustrações de Thomas Lea, exceptuando um ou outro mural que, não sei porquê, me faz lembrar as linhas depuradas, quase metafísicas, da portentosa Georgia O’Keefe. Mas que Thomas Lea teve uma vida cheia, lá isso teve. É só ver na Wiki, aqui.
Esta pintura a óleo, O Olhar dos Mil Metros (no original That 2.000-Yard Stare), foi feita em 1944, andava Lea no meio da guerra, bem no olho do furacão.
 
 
Don McCullin, 1968
 
O que é espantoso, para quem se espanta por estas coisas, é que, muitos anos depois, numa outra guerra – a do Vietname –,  Don McCullin captou em 1968 uma imagem de um soldado em choque que é, quanto a mim, a versão fotográfica do quadro de Thomas Lea. Para quem quiser saber mais sobre a assombrosa fotografia de McCullin, leia, não deixe de ler, este texto, que fala de várias imagens, todas memoráveis.
Há outra imagem espantosa do rosto da guerra. O olhar que Thomas Lea viu num soldado do Pacífico reaparece agora, sob uma forma real e inequívoca, noutra fotografia do Vietname, de David Douglas Duncan.
 
 


 
 
 
 
Foi capa da Life, e de um livro de Duncan. Mas, por ser menos conhecida, aqui a trago ao convívio dos leitores. Para visão, reflexão e meditação. O mundo é um lugar estranho.
 
 
 
 

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