segunda-feira, 3 de junho de 2019

Vinheta.

 
 
 
 
 
            Björn Ulvaeus em casa dos seus pais, em Västervik. A família mudou-se para lá quando Björn tinha seis anos, a fotografia é de 1972, no preciso ano em que os ABBA foram criados e viram a luz, a cintilante luz que tanta gente encantou e encanta (ABBA são as iniciais dos quatro membros da banda). Além da maravilhosa música, os ABBA são conhecidos pela sua indumentária não menos maravilhosa, um prodígio do kitsch. É flagrante o contraste com a aparência convencional e pequeno-burguesa dos pais de Björn, mas a contradição é menor do que parece. Ainda há dias, numa conferência em Lisboa, Steven Pinker dizia, e bem, que a Suécia dos anos 60 ou 70 era, digamos, muito mais conservadora do que o Portugal da actualidade. E, como mostrou Gregory Clark em The Son Also Rises (2014), na Suécia ainda se faz sentir, de forma muitíssima intensa, o peso esmagador de meia-dúzia de famílias. A imagem que temos de um país vanguardista nos costumes e igualitário da política social só em parte é verdadeira. Mas o que é mesmo verdadeira, absolutamente autêntica, é a maravilha foleirosa e explosiva dos ABBA, e a imensa alegria que trazem ao nosso quotidiano. Melhor antidepressivo não há. Já agora, e ao contrário do que se diz, a Suécia e os países nórdicos não são campeões do suicídio. Boa semana.
 
 


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