A
cidade italiana de Verona tem uma relação especial com São Cristóvão. Os seus
Estatutos de 1228 recomendam mesmo que a Sua imagem seja pintada nas portas da
cidade.
A
Igreja de São Firmo está edificada no local onde terão sido martirizados no
Século IV, São Firmo e São Rústico. Existiu uma igreja desde o Século V. A
actual estrutura é de cerca de 1350.
Na
realidade, existem dois igrejas. A inferior e a superior.
A
igreja inferior, românica e de inspiração beneditina, é a mais antiga.
Num
dos seus pilares, uma figura de São Cristóvão muito peculiar. Com efeito, o
nosso Santo carrega o Menino não aos ombros, mas no colo. Os pés e as águas do
Rio Adige parecem pertencer a outro São Cristóvão que estaria pintado por baixo
e que seria bem maior.
Menino segura um livro com a inscrição Pax
vobis, A paz esteja convosco.
O
fresco será do Século XIV.
A
igreja superior dispõe de um espectacular tecto como se fosse uma nave
invertida de um navio. Decorando o tecto, uma série de 414 (!) cabeças de
santos. Não consegui identificar o nosso Santo, mas apostaria que será um
deles…
Uma
das suas capelas é a chamada Capela Alighieri onde estão sepultados vários
descendentes de Dante Alighieri. Dante passou várias temporadas em Verona
As
fachadas das casas aristocráticas de Verona eram até ao Século XVIII cobertas
de frescos. A cidade era mesmo uma das chamadas de urbs picta, cidade
pintada. O Museu dos frescos procurou preservar muitos desses frescos,
retirando-os com grande dificuldade das paredes.
É
o caso deste fresco atribuído a Turine di Maxio (1356-1390), representando
Nossa Senhora com o Menino, ladeada por Santo Antão e São Cristóvão. De notar
os cabelos dourados do Santo e do Menino, o gesto curioso do Santo a segurar o
cinto e o Menino a acariciar a barba do Santo.
É
no antigo convento do Século XIII onde está instalado o Museu dos Frescos, que podemos
encontrar o célebre túmulo de Julieta.
Para
escrever Romeu e Julieta, Shakespeare inspirou-se numa história escrita por
Luigi da Ponte que por sua vez recorreu a outras fontes. De uma maneira ou de
outra, a história é essencialmente uma ficção. Mas a tradição localiza o
desfecho do drama nesta cripta. Parecem ressoar as palavras de Romeu:
A
grave? O, no, a lantern,
For here lies Juliet, and her beauty makes
This vault a feasting presence full of light.
Um
túmulo? Oh não, um farol
Pois
aqui repousa Julieta, e a sua beleza faz desta cripta um salão festivo, cheio
de luz.









Que fantástica viagem...
ResponderEliminar