domingo, 28 de junho de 2020

Mais máscaras, mais um baile.





Outro modelo de máscara de baile. Tal como o primeiro, de fabrico russo; igual mescla de paixões e ameaça no salão logo de início; mesma “drive” a rodos -- a ponto de alguém dizer que se ensandece com ela. Ensandece bem, quis esse alguém dizer, mas não custa nada imaginá-la, por outro lado, a dar corda aos sapatos vermelhos que compelem a bailarina do conto de Andersen e, depois, do filme de Powell& Pressburger, à dança sem fim, ou sem outro fim que não o da própria bailarina.

A máscara do dia é a da suite orquestral Mascarada, de Aram Khachaturian, composta na década 1940 para a peça de teatro de mesmo nome, de Mikhail Lermontov -- por acaso uma espécie de versão russa de Otelo, a peça de Shakespeare. Mais exatamente, os 4 minutos do primeiro andamento da suite, a Valsa, que soa como soa desta vez não por acaso. Foi preciso pôr o som certo nas palavras da heroína da peça, que declara ser “tão bonita, esta nova valsa… qualquer coisa entre a tristeza e a alegria agarrou-me o coração”.

Aqui pela London Symphony Orchestra, dirigida por Stanley Black.




Manuela Ivone Cunha





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