domingo, 12 de agosto de 2018

Chez Ceaucescu.


 






 
 
aqui falámos, há um par de anos, da formidável Anca Petrescu, arquitecta do não menos formidável Palácio do Parlamento de Bucareste, horrendo edifício que desfigura a capital romena, mas, à faute de mieux, é um dos lugares mais visitados dessa terra.  Também falámos de coisas mais sérias, terríveis, as crianças de Ceaucescu. E, pela pena da Joana Vasconcelos, Elena cientista.
Foi aberto ao público, há uns dois anos, o Palácio de Primavera do casal Ceaucescu, um prodígio de mau gosto de que o Le Monde, numa belíssima série sobre os jardins dos ditadores, falou ontem mesmo. Há uma notícia desenvolvida aqui sobre a casa-museu do ditador da Roménia, onde este e a sua Elena viveram 25 anos de conforto e luxo, que contrastava gritantemente com a miséria imerecida do povo romeno. Ali dentro há carpetes, como uma oferecida pelo Xá da Pérsia, avaliadas em 300 mil euros. E o estilo Luís XV (versão marreta) não está lá por acaso: a extraordinária Elena considerava-se uma rainha, ou gostava de pensar que o era. O marido, de seu lado, deliciava-se na sua sala privada de cinema a ver westerns americanos e a saudosa série policial Kojak. Já a filhinha Zoia tinha um apartamento copiado dos aposentos de Maria Antonieta em Versalhes. Demencial.
Acredite-se ou não, numa sondagem de 2014, realizada na Roménia, a maioria dos inquiridos considerou que Ceaucescu tinha tido um papel positivo na governação do país (já agora, esta notícia aqui do Malomil, de 2012). Valha-nos Santo Drácula.   
 
 
 

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