Há muitos, muitos anos, Joseph Goebbels
escolheu uma criança. Melhor dizendo, a fotografia de uma criança, entre
centenas que lhe deram a ver. Escolheu esta, mais nenhuma, sem dúvidas nem hesitações. A imagem destinava-se a figurar na revista nazi
Sonne ins Haus («O Sol em Casa») e ser
apresentada como a encarnação perfeita do ideal ariano. A criança, o símbolo
máximo da pureza de sangue, era, afinal, judia. O Bild conta a história.
Hessy Taft tinha seis meses quando os
pais a levaram a um fotógrafo. Berlim, 1935. Meses depois, a sua fotografias
estava em todos os quiosques da Alemanha, servia um propósito político – um propósito
sinistro. A mãe, em pânico, no pavor de que a identidade da criança-modelo
fosse descoberta, interpelou o fotógrafo, um dos mais famosos da capital do
Reich. Este admitiu que os nazis lhe tinham pedido algumas imagens de bebés
arianos. O fotógrafo cedeu dez imagens, entre as quais a de Hessy. «Não resisti
a pregar-lhes uma partida», confessou à mãe apavorada. Hessy Taft sobreviveu ao
Holocausto, reside hoje nos Estados Unidos, e é a prova provada de que as aparências iludem, sobretudo os
estúpidos que acreditam que existem «modelos» ou «ideais» de raça.
Hessy tinha seis meses, e não seis anos...
ResponderEliminarJá está corrigido, muito obrigado!
EliminarUm abraço,
António Araújo
Esta história lembra um pouco as pungentes e contraditórias situações vividas por Iohan Moritz no romance "A 25ª Hora" de C. Virgil Gheorghiu.
ResponderEliminarAqui fica outro exemplo de aparências no terceiro reich http://www.etudogentemorta.com/2010/10/infamia2/
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