A sério, é um
livro hilariante. Um retrato impiedoso mas divertidíssimo da França dos nossos
dias. Um país derrotado, nos relvados e fora deles. Um país que, nesta noite de
festa, mostrou o pior de si, sendo incapaz de colocar as cores de Portugal na
iluminação da Torre Eiffel. Sim, é certo que as cores mostradas na Torre obedeciam a um concurso nas redes sociais, e que, muito provavelmente, Portugal ficou atrás de França
nesse concurso. Simplesmente, ficou à frente de França no concurso que
verdadeiramente importava. Jogando bem ou mal, mais à defesa do que ao ataque, Portugal ganhou, foi campeão –
campeão da Europa. Nas eliminatórias que passámos, as cores nacionais iluminaram a Torre. Assim, mandava o mais elementar fair-play
que também esta noite, sobretudo esta noite, as cores portuguesas iluminassem a Torre Eiffel. Mas, claro, não
é por acaso que a palavra fair-play não
é uma palavra francesa. Isso explica muita coisa. Fica lavrado o protesto, em nome
das nossas porteiras parisienses. E, já agora, em nome de todos os portugueses que, na trágica
noite dos atentados de Paris, não olharam a cores nem a nacionalidades e
ajudaram outros seres humanos. Porquê? Pelo simples facto de esses seres humanos precisarem de ajuda.
Até por isso, a ausência das cores de Portugal na Torre Eiffel, nesta noite de
festa para milhares e milhares de portugueses residentes em França, é uma omissão que custa e dói. Um gesto lamentável que envergonha um grande país, que hoje mostrou ser pequeno, rancoroso, mesquinho. Monsieur l'ambassadeur, que tal um pedido de desculpas? Ficava-lhe bem, no mínimo.
Vim cá há procura de um lenitivo para a porca verborreia futebolística que varre desde a redes sociais, passando por igrejas e repartições do Estado mas...fiquei desiludido. Vou reler alguns posts antigos, como o da história do Zé Povinho, para me convencer da inutilidade dos símbolos nacionais...
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