© Richard Avedon
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Só
carregar mais um bocadito neste episódio pitoresco, com a promessa de ficarmos por aqui. Mas, perdoem-nos os leitores, veio a lume novo material – e todo do bom – em torno daquele que
já é, sem dúvida, o «caso» desta Época Balnear/2013.
Naturalmente, falamos da abrupta demissão da drª Marta Rebelo do cargo de
Provedor do Animal de Lisboa.
Segundo o jornal Público, a ex-Provedora despediu-se urbi et orbi com uma longa carta aberta, indignado manifesto dado
à estampa no Facebook (com a drª Marta, até as demissões são trendy). Missiva extensa e literária, maior
do que a obra que, em dois mesitos de cargo, Marta legou à cidade de Lisboa e a suas alimárias.
Nessa carta, a jurista desnuda o eugénio de andrade que existe dentro de cada
um de nós. Apreciem o recorte poético da ex-Provedora quando lamenta, do fundo
do seu mais íntimo, a «ausência de emergência, a inexistência de urgência que circunda a Casa dos Animais de Lisboa». A rima, como vemos, é com
«ência» e, quando usada em tailleur Moschino,
assenta-lhe muito bem, tudo na cadência da potência.
Em torno do
Canil/Gatil, prossegue a eminente fiscalista, vivia-se um ambiente
«insustentável, disfuncional e auto-proclamatório de nadas». O que seja um «auto-proclamatório
de nadas» é algo que a Senhora ex-Provedora não explica. Mas será certamente
uma coisinha muito, muito má.
Marta, e bem,
arrasa com elevação e brilho o grupo de trabalho constituído para tratar do Catil/Ganil
de Lisboa: «Tornou-se para mim claro que o meu sítio não é ou será alguma vez aquele em que se constitui um grupo de trabalho que alia peritos e os serviços municipais, sob o crédito e a batuta institucional da pessoa que ocupa alouvável posição de bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, para um mês e meio depois ver essa figura institucional numa lista partidária candidata à vereação da Câmara de Lisboa.»
Vamos então ver quem
pega na «batuta institucional» ou, se quiserem, quem é «essa figura institucional»?
Aqui está ela, a marota:
Drª Laurentina Pedroso, Ilmª Bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários
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Gostaram? A drª Marta não gostou. Virou
até bicho quando viu a drª Laurentina no lugar de suplente da lista de candidatos
do PS à CML. «A promiscuidade que este acto indicia, noutras circunstâncias inocente, destrói completamente a credibilidadede um Grupo de Trabalho que se queria independente, analista ao ínfimo daspráticas actuais da Casa dos Animais e recomendador rigoroso das boas práticas que devem marcar o futuro». Aqui, na fumarenta redacção do Malomil, fizeram-se
apostas amigáveis sobre qual a melhor e mais fina tirada. «Promiscuidade» é
bom, sim senhor. «Noutras circunstâncias inocente» também trabalha bem ao
ouvido. Mas houve quem pendesse para o «analista ao ínfimo». Outros, enfim,
apostaram no «recomendador rigoroso das boas práticas que devem marcar o futuro».
A escolha é sua.
Arvorada em
analista ao ínfimo, a ex-Provedora tece depois algumas considerações sobre o estado
do Canil/Gatil de Lisboa. Para ela, as salas de quarentena são «fumos de palco»,
onde as bactérias e vírus «se espalham gatil afora, e outras canil adentro».
Pois se a Bactéria sai afora do gatil, para dar lugar ao Vírus que espera vez, porque
não poderá ela, Bactéria, entrar depois canil adentro? Afinal, afinal, não é tudo bicharada? São
estas e outras atitudes discriminatórias que mostram claramente que a drª
Marta, em definitivo, não estava fadada para estas responsabilidades. Queremos a
Laurentina, mas em lugar elegível.
Marta Rebelo chama
os bois pelos nomes. Corujinha, ele mesmo. Enquanto estava no canil, o
Corujinha contraiu uma doença, assim diagnosticada: «provavelmente uma parvovirose», conclui a drª Marta, falando de matéria sobre a qual é versada.
Agora, entremos no
Gatil. «Não confio nas condições da ala do gatil». Pois claro, nenhum cidadão lisboeta
de bom senso, seja gato ou cão, confia nas condições da ala do gatil. Mas, eia lá, não foi para
isso, para tratar disso, que se formou um grupo de trabalho e que se empossou Marta?
A história dos 17
gatos mortos, que «pesou na sua demissão» (diz o Público), é demasiado pesada para ser aqui descrita. Deixemo-nos de
tristezas, até porque há motivos de esperança. Além de cães e bactérias,
encontrou a drª Marta no Canil/Gatil de Lisboa «pessoas dedicadas, amantes dosanimais, que ali se encontram desamparadas na fama formada sem proveito de serem reais bestas».
Que a drª Marta
Rebelo se demita com estrondo, ao fim de dois meses em funções, ainda vá. Mas
que o faça dizendo que os funcionários da CML têm fama de serem «reais bestas»,
aí parece-nos, sem ofensa, que já entramos no domínio da parvovirose.
Por
isso, insistimos: Laurentina, em lugar elegível. Gritamos mesmo: Laurentina na CML, já!
Pois é justamente da situação que não quer falar, "demasiado pesada para aqui ser descrita", na qual se deveria focar (e não em considerações misógenas sobre as protagonistas desta história). A morte de 17 animais por culpa das condições terceiro-munidistas do canil-gatil da CML que se arrastam há anos seria imperdoável num qualquer país decente.
ResponderEliminarhttps://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=590469017663130&id=170169713026398
ResponderEliminarOh está a ser perseguida!
A morte dos 17 animais foi culpa também da Ex-provedora que incentivou as entradas na "Casa dos Animais".
A nova página onde já está a utilizar a politica de apagadelas e bloqueios.
Eliminarhttps://www.facebook.com/pages/Pelos-mi%C3%BAdos-de-Lisboa-E-arredores-portugueses/170169713026398?fref=ts
Muito do que foi o passado consta do meu perfil
Fica um testemunho:
"Bronkas de Carvalho Acabei de verificar que o meu comentário sobre a candidatura da bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários foi diligentemente apagado, nas esteira dos procedimentos democráticos seguidos pela Sra. Marta na outra página de quando era provedora. Como continuo a ter o direito constitucional de exprimir uma opinião, volto à carga com mais do mesmo: é de todo aceitável, democrático e legal um profissional de qualquer ramo com posição de destaque ter opção política e candidatar-se a cargos autárquicos, a deputados, a primeiros-ministros e até a presidentes da República. E é de todo aceitável, democrático e legal que ao fazê-lo indique os seus títulos, sejam eles quais forem, pois é o seu currículo o que lhe dá credibilidade para ocupar os ditos cargos. Além destes considerandos, também acho que o lugar da bastonária na lista do António Costa para a CML está tão em baixo que só se à lista inteira desse, por exemplo, um ataque de gripe das aves em simultâneo é que essa senhora chegaria aos primeiros lugares. Acessoriamente, e não o disse antes mas digo-o agora, acho que a sua presença (da bastonária, entenda-se) até pode vir a tornar-se útil a uma eventual mudança de procedimentos nesse campo de extermínio que é o canil de Lisboa, coisa que a ex-provedora não teve unhas para fazer.
há 3 minutos • Editado • Gosto
Bronkas de Carvalho Portanto, Sra. Marta, faça um favor a si própria e à sua imagem e deixe-se de apaganços. O debate livre de ideias e opiniões ainda é um direito que a todos nós assiste. Desculpe se não ando aqui a louvaminhá-la, mas a tal não sou propensa e nem a senhora mo merece. Tenha um bom dia e aguente com fair play as opiniões contrárias à sua.
há alguns segundos • Gosto"
O facebook é um livro aberto, escreve-se a paga-se à medida da disposição.
ResponderEliminarEste blog malvado anda a divulgar informação confidencial, olha que chatice!
"Pelos miúdos de Lisboa. E arredores portugueses Divulgo por esta razão: esta pessoa teve acesso à minha carta privada de demissão, que enviei ao Presidente da CML, e mais 3 pessoas. Mantenho-a privada. Mas alguém a cede, para num blog criticar-me por encomenda. ISTO É PATÉTICO E GRAVE."
E remata com este lindo comentário da visada!
"Pelos miúdos de Lisboa. E arredores portugueses Vou deixar mais um bocadinho. Depois apaga-se. Que tal?
há 40 minutos · Gosto · 4"
....
O que tal é tão característico que ainda vira alcunha!
Inês B., que nuns sítios assina tudo e noutros não
ResponderEliminar(mas que deixa a assinatura "misógenos" por onde passa , uma forma de complexo como outra qualquer):
Este não é um país decente .
Se o fôsse nunca algumas pessoas teriam chegado onde chegaram .
E se tivessem chegado não se aguentariam lá tanto tempo .
Condições terceiro-mundistas ?
Sabe lá V. o que isso é !
Não ofenda os pobres , está bem ?
E chegou a fase da ameaça, começou por ser bem explicita mas depois decidiu emendar a mão. Aqui fica o original e o integral já com correcção.
ResponderEliminar"Marta Rebelo · 13 amigos em comum
Ahhhhhhaaahhh: gaste todas as energias, mas assim muitas calorias, que lhe vai fazer bem. Toca tem você. Veja lá quem é que dá empurrõezinhos. Tanta ameaça que me estou com um medo de si. Bem, nem durmo. Tenha cuidado com as suas costas. Seria mais avisado."
https://www.facebook.com/ana.matrena/posts/10200327018359354?comment_id=4784068&offset=0&total_comments=21¬if_t=feed_comment
há 12 minutos · Gosto
Vá lá saber-se porquê, suspeito que aqui se aplica o velho aforismo "Cherchez la femme".
EliminarMesmo que seja num contexto distinto do habitual...
Mas porque prometeram ficar por aqui?
ResponderEliminarLogo agora, que esta cibernovela (ou coisa que o valha) está a ficar mais apimentada cortam o nosso barato...
Querem um rima com "ência"? É fácil: "Esta história só prova que não é precisa muita sapiÊNCIA para perceber que este pobre mundo já atingiu a mais completa demÊNCIA".
ResponderEliminarEnfim...
Perdoa-se tudo. As mulheres são boas por todos os lados...
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