terça-feira, 22 de julho de 2014

Visitação.

 
 
 






Até 2 de Novembro, estará patente no Museu de São Roque (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) uma exposição extraordinária. Já muitos falaram dela (aqui, por ex.), não vale a pena insistir: «Visitação. O Arquivo: Memória e Promessa» é absolutamente imperdível. As fotografias ou as cartas de jogar cortadas em dois, que acompanhavam as crianças «doadas», e que um dia, caso fossem reclamadas, serviriam de prova de paternidade. Uma fita de branco, bordada com a mensagem: «Triste separação. Mas breve te verei». Escrito em 1853. Será que aquela mãe viu de novo a criança que entregara à Santa Casa? Sobre a exposição queria apenas falar doutra coisa, também imperdível: o catálogo. Por menos de vinte euros, o catálogo de «Visitação», além do livro central, vem acompanhado de três volumosos cadernos. No primeiro, as fotografias de ortóteses que, nos anos 1950-1960, foram feitas pela George Warm Springs Foundation, e que serviram para a formação do pessoal do Hospital de Sant’Ana. No Caderno 2, os «Sinais dos Expostos», como as cartas de jogar ou a fita bordada (nesta matéria, há um livro/catálogo de 2001, Os Expostos da Roda da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa). No terceiro e último caderno, a reprodução parcial de um relatório para remodelação da «sopa dos pobres», com abundantes e impressionantes fotografias. Num posto de distribuição da sopa, uma fila com uma criança. Descalça, no ano de 1959. Visitação, a exposição e o catálogo. Um autêntico Euromilhões.

3 comentários:

  1. Obrigado pela informação.
    Fui lá hoje e comprei.
    Infelizmente há um CD que faz parte do mesmo e que não pode ser disponibilizado por um qualquer obscuro motivo e implica voltar lá mais uma vez para o ter.
    Porque será quem Portugal mesmo o que é bom, tem sempre uma falha?

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    1. Também me aconteceu... Mas não nos lamentemos, teremos de lá voltar a buscar o CD. Mas, mesmo sem o CD, o catálogo é soberbo, não acha?

      Um abraço cordial,

      António Araújo

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  2. Absolutamente, e a simpatia da funcionária a quem indiquei este blog e que foi consultado à minha frente também muito cativante.
    Avisei-a que a leitura do blog podia ser contagiante.

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