Contado
não se acredita: sete netos, a caminho dos oitenta. Pois é, até Chico envelhece
– e nós com ele. Tantas Palavras, livro que acaba de sair cá, e que muito se recomenda, reúne
as letras e os poemas do nosso colectivo envelhecimento. Volume precioso,
precioso. Complementado por uma extensa e bela introdução biográfica, quiçá um tanto
hagiográfica, da autoria de Humberto Werneck. Pressente-se aí o génio atormentado,
ainda hoje inseguro em palco, o homem sem jeito para dançar e sambar, que
consulta psicoterapeuta e toma remédio para dormir. Mas também o músico e poeta
que conheceu exílios e agora passa temporadas de dois, três meses no seu
apartamento no Marais, Paris, a escrever romances, o mais recente dos quais
sobre a demanda do seu meio-irmão alemão, uma história digna de filme. Também
navegou Chico Buarque por essas águas do cinema, sem grande êxito nem fama
igual àquela que lhe dão as músicas e os poemas. E não, ao contrário do que diz a lenda, não
começou tudo como A Banda. Se quiser
saber mais, leia. É puro deleite.
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