domingo, 25 de novembro de 2018

Tantas Palavras.

 
 


Contado não se acredita: sete netos, a caminho dos oitenta. Pois é, até Chico envelhece – e nós com ele. Tantas Palavras, livro que acaba de sair cá, e que muito se recomenda, reúne as letras e os poemas do nosso colectivo envelhecimento. Volume precioso, precioso. Complementado por uma extensa e bela introdução biográfica, quiçá um tanto hagiográfica, da autoria de Humberto Werneck. Pressente-se aí o génio atormentado, ainda hoje inseguro em palco, o homem sem jeito para dançar e sambar, que consulta psicoterapeuta e toma remédio para dormir. Mas também o músico e poeta que conheceu exílios e agora passa temporadas de dois, três meses no seu apartamento no Marais, Paris, a escrever romances, o mais recente dos quais sobre a demanda do seu meio-irmão alemão, uma história digna de filme. Também navegou Chico Buarque por essas águas do cinema, sem grande êxito nem fama igual àquela que lhe dão as músicas e os poemas.  E não, ao contrário do que diz a lenda, não começou tudo como A Banda. Se quiser saber mais, leia. É puro deleite.




 

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