sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Humanitarismo, modos de usar.

 
 






 
 
 
 
Na excelente revista Electra um artigo de António Baião e António Pedro Marques com o título, misto divertido, misto provocador: «As Minhas Fotos das Férias com os Pretinhos, ou: O Voluntarismo como Performance Ética». Começa por falar de Humanitarians of Tinder, uma antologia dos que usam como instrumento de sedução no Tinder não os seus atributos físicos ou intelectuais mas a exibição de virtudes éticas. Dá que pensar. Outrora, a «cooperação» com o então chamado «Terceiro Mundo» era também uma virtude ética tantas vezes propalada aos quatro ventos. Mas era, de igual modo, uma afirmação política e ideológica, tantas vezes desastrada. Que agora seja usado como forma de auto-promoção tão descarada é algo que, repito, dá que pensar. Não devemos, como é óbvio, fazer generalizações e descartar os extraordinários exemplos de trabalho voluntário em todo o mundo. Mas que isto também existe, na era do Tinder e das selfies, é tão gritante que não podemos ignorar. O mundo é mesmo um lugar estranho.
 
 
 
 
 
 
 
 

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