Não.
Nas páginas do Expresso, Miguel Sousa Tavares disse o óbvio: não. Como é que um país que está comprometido com uma
agenda de descarbonização pensa em construir um novo grande aeroporto? As
emissões de gases-estufa na União Europeia aumentaram 87% entre 1990 e 2006, e
não dão sinais de parar. Na conferência trienal da ICAO, em 2016, a aviação
internacional conseguiu iludir o problema, que se agrava de dia para dia, até
ao dia. Para ter uma ideia do impacto ambiental da aviação, basta ler esta entrada da Wikipedia. Como é óbvio, as coisas vão mudar, e mudar drasticamente,
provavelmente com a imposição de taxas pesadas, com aumentos de preços e
diminuição do número de voos – será económica (e ambientalmente) viável um grande
aeroporto em Lisboa, daqui a quarenta ou cinquenta anos? Não, e não venham com
projecções enviesadas sobre o aumento do tráfego aéreo, pois essas projecções
não têm em conta o que irá acontecer em termos de taxas, preços, custos,
diminuição de passageiros. É sustentável um novo grande aeroporto no Montijo? Não.
E ninguém pensa nisso?
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