A família Fugger, natural de Augsburg e já rica no início do século XV
sobretudo devido à sua actividade no têxtil, tornou-se no decorrer do século um
potentado europeu ao investir na Banca.
Grandes financiadores dos Habsburgos, conseguiram em especial garantir de
forma bem pouco ortodoxa várias eleições ao Sacro Império Romano-Germânico. Foi
o caso das eleições de Maximiliano I e em especial de Carlos V, recebendo em
troca grandes favores dos imperadores.
Relacionaram-se com os Reis de Portugal, nomeadamente com D. João II e D.
Manuel I, tendo chegado a constituir uma verdadeira PPP para as especiarias a
seguir à chegada de Vasco da Gama à Índia.
Tiveram uma representação em Lisboa e relacionaram-se com Portugal através
da Feitoria em Antuérpia.
Em 1512, Jakob Fugger von der Lilie (1459-1525) resolveu construir um
imenso edifício em Augsburg destinado à sua habitação na cidade mas também a
fins comerciais.
O edifício perdurou ao longo dos séculos mas foi destruído na II Guerra
Mundial. Foi reconstruído e ainda permanece na propriedade da família.
Por esta casa passaram os imperadores Maximiliano I e Carlos V, Dürer, Lutero, Ticiano e Mozart para além de uma infinidade de reis e cardeais. Em especial, muitos dos eleitores do Império Sacro Romano-Germânico pernoitavam no complexo, o que era muito conveniente para os Fugger.
Mas mais interessante ainda é o Fuggerei um complexo de habitação social
criado pelos Fugger em 1519. Oito ruas em condomínio fechado com renda
simbólica. Há quem diga que a renda se mantém igual desde 1519. Os moradores
têm a obrigação moral de rezar pela família Fugger que ainda hoje continua a
gerir o complexo.
Aqui morou o bisavô de Mozart, Franz Mozart.
José Liberato
Fotografias de 11 de Agosto de 2019
Sem comentários:
Enviar um comentário