sábado, 21 de setembro de 2019

Os Fugger e Augsburg.

 
 
A família Fugger, natural de Augsburg e já rica no início do século XV sobretudo devido à sua actividade no têxtil, tornou-se no decorrer do século um potentado europeu ao investir na Banca.
Grandes financiadores dos Habsburgos, conseguiram em especial garantir de forma bem pouco ortodoxa várias eleições ao Sacro Império Romano-Germânico. Foi o caso das eleições de Maximiliano I e em especial de Carlos V, recebendo em troca grandes favores dos imperadores.
Relacionaram-se com os Reis de Portugal, nomeadamente com D. João II e D. Manuel I, tendo chegado a constituir uma verdadeira PPP para as especiarias a seguir à chegada de Vasco da Gama à Índia.
Tiveram uma representação em Lisboa e relacionaram-se com Portugal através da Feitoria em Antuérpia.
Em 1512, Jakob Fugger von der Lilie (1459-1525) resolveu construir um imenso edifício em Augsburg destinado à sua habitação na cidade mas também a fins comerciais.
O edifício perdurou ao longo dos séculos mas foi destruído na II Guerra Mundial. Foi reconstruído e ainda permanece na propriedade da família.
 


Por esta casa passaram os imperadores Maximiliano I e Carlos V, Dürer, Lutero, Ticiano e Mozart para além de uma infinidade de reis e cardeais. Em especial, muitos dos eleitores do Império Sacro Romano-Germânico pernoitavam no complexo, o que era muito conveniente para os Fugger. 

Mas mais interessante ainda é o Fuggerei um complexo de habitação social criado pelos Fugger em 1519. Oito ruas em condomínio fechado com renda simbólica. Há quem diga que a renda se mantém igual desde 1519. Os moradores têm a obrigação moral de rezar pela família Fugger que ainda hoje continua a gerir o complexo.
Aqui morou o bisavô de Mozart, Franz Mozart.
Durante a II Guerra Mundial foram construídos bunkers para proteger as famílias moradoras.



 
 
José Liberato
Fotografias de 11 de Agosto de 2019
 

Sem comentários:

Enviar um comentário