segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Vai ser bonito, vai (2).



 
Peço mil perdões por voltar à vaca fria, mas o tema, aparentemente menor, tem-se revelado maior do que eu pensava. Sobretudo pelo que demonstra de terrível e assustadora ignorância em relação a um futuro que já é presente. E pelo que mostra como muitos – os mais qualificados! – ainda não perceberam o filme que está em cartaz e aí vai permanecer  anos a fio. Pessoas de grande cultura e invulgar talento como Francisco José Viegas vieram criticar a medida da Reitoria, no que foram seguidas por distintos pensadores e publicistas, como… o doutor Moita Flores. Definitivamente, não estamos preparados para a batalha das alterações climáticas.
         Hoje, nas páginas do Correio da Manhã, João Pereira Coutinho, que admiro imenso e estimo pessoalmente como um dos intelectuais mais cultos, inteligentes e divertidos deste país, tem um artigo chamado «A política da paranóia». Onde diz: «Não se entende como é possível excluir o bife e deixar a salvo outras carnes. O impacto ambiental não é o mesmo?»
         Não, não é, meu caro João. Para já, não se exclui só o bife, exclui-se toda a carne de vaca. E o impacto ambiental da carne de vaca não é o mesmo do que o das outras carnes. As minhas filhas sabem isto, aprenderam no ensino básico. Mas, apesar de básico e elementar, aqui fica um quadrinho da FAO/Nações Unidas sobre as emissões de CO2 por tipo de animais, que mostra em bonecos aquilo que todos deviam saber, sobretudo antes de escrever e opinar:  

 









 

7 comentários:

  1. Muito bem. Que nunca lhe doa a pena, caro Antonio Araujo ! Menos carne e mais ciência (e mais consciência também, ja agora). Eis o que eu esperaria de um debate relativo à universidade. E' tal e qual como diz, ainda que houvesse bons argumentos contra, alardear de forma tão boçal é o pior serviço a prestar a quem pretende convencer que a medida foi tomada erradamente.

    Um abraço

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  2. Imagine-se se o João Pereira Coutinho não fosse um dos intelectuais deste país mais inteligentes e cultos... É um fenómeno. Pode saber menos que um miúdo do básico, mas vai ser sempre considerado um dos intelectuais mais brilhantes deste país.

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  3. Gostaria de saber em que escala comparativa está feito o gráfico. Ou é como a história dos pastéis de camarão, a 50%: um camarão, uma vaca!

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  4. https://theconversation.com/yes-eating-meat-affects-the-environment-but-cows-are-not-killing-the-climate-94968

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  5. Já o Guardian em 2004 previa o apocalipse em 2020 com "major European cities will be sunk beneath rising seas" https://www.theguardian.com/environment/2004/feb/22/usnews.theobserver

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  6. 1. Existiram no passado previsões apocalipticas que anunciaram o fim do mundo.
    2. Estas previsões vieram a provar-se erradas.
    3. Logo, o mundo é eterno, nenhuma previsão relativa ao seu fim pode estar certa e podemos fazer sem preocupações o que nos da na gana sem temer efeitos ou consequências.

    Não ha paciência...

    Boas

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  7. https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/2017/02/15/aquecimento-global-os-97-sao-menos-de-50/?fbclid=IwAR0B7Vut0dcqyfId8hSabTAcamSFv_3ZTfy1QWSEdV4UOLE_D8P1B-Vm-zE

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