quarta-feira, 20 de maio de 2020

Quietude júnior (4).





Seda, fazenda, bambu.

Adolescentes de dois continentes, rapazes e raparigas, gerações distantes. Das crinolinas e do fato de fazenda, ao fato Zoot e à fibra de bambu. Entre cordas acústicas e cordas elétricas, o que os embala? Com que sonham? O que é isso de “dormir” e o que tem a ver com adormecer? Ó-ó, dormir-dormir, praticam, mas não é coisa que cantem, nem o que os faz cantar.

A faixa etária desta rubrica hoje subiu porque sim, e porque acaba de sair o relatório da OMS sobre comportamento e saúde dos adolescentes. Volta a descer à infância nos próximos dias também porque sim, e regressa às origens nas cantigas de embalar do mais clássico e tradicional que há. Sem extravios estrambólicos nem “pecados de velhice” nostálgicos como este de Rossini, do Álbum que compôs Para as Crianças Adolescentes.

A viajar de frente para trás:

1) Mother May I Sleep With Danger, homónima de um filme e de uma série televisiva com… vampiros. Vampiros e zombies: what else? O que havia de ser?
De Joy Crooke.

2) La Mandoline. Nota para os francófonos de hoje: “passar a noite no violino” não é passar a noite dentro de um violino. É no chilindró. Ou “atrás das grades”, para os lusófonos millenials e zoomers – chilindró, convenhamos, está para lá de boomer. Em contrapartida, o requintado “mais vale mijar num violino” (autant pisser dans un violon) é transgeracional. Quer dizer “tanto faz, não serve de nada”.
Por Bourvil, de Gille Paule e Bernard Michel.

3) La Rêveuse. Tão pungente, esta rapariga que sonha. Tão tocante o seu enlevo. Só se sonha assim acordado.
De Marin Marais, por Jordi Savall, Pierre Hantai e Rolf Lislevand.


  




Manuela Ivone Cunha





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