sexta-feira, 22 de maio de 2020

Quietude júnior (5).





Chhhhh. Hush perlimpinchin.


O prometido é devido: clássicos-tradicionais no menu de hoje. A Estrela d’Alva, de Zeca Afonso, é hors concours, joga na ementa extraordinária.

O concurso não é o do cancioneiro, e isto de clássico-tradicional tem muito que se lhe diga. Aqui, não vou dizer nada. De momento, eis o que se me atravessa à frente, num sortido de três:

1) Perlimpinchim, resgatada de viés ao cancioneiro português, com tempero mirandês, por Né Ladeiras, na voz que é só dela e como só ela sabe.

2) Tradicional-tradicional de outras paragens: Hush Little Baby.  Aqui oferece-me dizer o seguinte. Para dormir, os infantes têm antes de mais de sossegar. Os truques para os levar a isso são infinitos, como infinitas são as interpretações de uma cantiga assim, que recorre sem pejo ao suborno. Tudo vai do jeito e do feitio dos intervenientes.

Há as nhã-nhã, de que esta é um exemplo cabal. Não duvido da eficácia, acredito até que ponha um eucalipto a dormir em pé, e de caminho seque o bébé e a água do banho. Ao método liofilização, pessoalmente prefiro o da distração, como a manobra de diversão muito bem conseguida (em baixo) por Yo-Yo Ma e Bobby McFerrin. Pode não ser tão rápido e soporífero, mas é investimento com retorno seguro a longo prazo. Outro ao mesmo nível, em variante mais calma e embalante, é o proposto por Nina Simone.

3) Por fim, um do mais célebres “hush little baby” de sempre: o desse clássico mil vezes glosado que é Summertime, composto pelos irmãos Gershwin para a ópera Porgy and Bess. Cantam, e oh como cantam, Ella Fitzgerald e Louis Armstrong.

1.


2.


3.



Manuela Ivone Cunha 






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