segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Manuel Maria Canalha?

 
 
 

 
"Eu e a Bárbara apaixonámo-nos em Março de 2000, em Abril estávamos juntos e em Maio isso era público. Lembro-me de, por essa altura, eu ter dado uma entrevista à jornalista Fernanda Câncio, para o DN-Magazine. [...] A certa altura abordou-se um dos meus filmes preferidos, o Lilith, de Robert Rossen, um filme sobre a paixão que, dizia a jornalista, no caso deste filme era uma paixão funesta... ao que eu respondi, então, que as paixões «podem ser funestas, porque são trajectos feitos no maior desamparo...».
Lembro-me de dizer isto como se quisesse deixar naquela entrevista uma marca de algo que me estava a acontecer, que eu sentia e vivia como os momentos mais felizes da minha vida. Eu tinha tido desde o primeiro momento a noção de que se passava algo de completamente diferente, uma paixão que se revelaria absoluta, isto é, única, que não suscita nem suporta comparações.
O absoluto no amor é isso mesmo, o incomensurável, a criação de uma órbita própria onde passamos a viver outra vida, para lá de tudo, acima de tudo: assim foi e assim será. Pressentimos dificuldades, claro, mas eram, digamos, coisas normais  - e, portanto, insignificantes. Nunca pensámos que seríamos sujeitos a provas tão constantes, tão difíceis e, sobretudo, tão rudes."
 
CARRILHO, Manuel Maria (2006), Sob o Signo da Verdade. Lisboa: Dom Quixote, pp. 158-159.
 
 
 
 
 

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