sábado, 1 de fevereiro de 2014

Roger Corman, o fantástico.

 
 
 
 
 
 
Ainda deixei um na FNAC do Chiado. Rezem para que lá esteja. Crab Monsters, Teenage Cavemen, and Candy Strip Nurses, de Chris Nashawaty é um livro excepcional, saído em Setembro passado. Em grande medida, a sua grandeza deve-se ao facto de biografar um grandioso nome: Roger Corman. O livro é abundantemente ilustrado. Cartazes impecáveis. Cada página é melhor do que a outra. Porque Corman, série B ou não, era um mestre da visualidade. Se havia algo absolutamente inconcebível para ser mostrado, Corman mostrava-o. Corman não precisa de uma reabilitação intelectual, nem necessita de que lembremos, como livro o diz, que a ele se deve boa parte da fama de Fellini na América, por exemplo. Ou que ouçamos  Martin Scorsese dizer que a única vez na vida que encontrou François Truffaut foi na casa de Corman. Sim, claro, Corman foi também o «descobridor» de talentos como Scorsese e tantos outros. É um produtor «de culto» mas pelo que hoje nos parece caricato e risível. O mesmo acontece com Ed Wood. Já não temos medo daqueles filmes oniricamente péssimos. Sorrimos desdenhosamente ou rimo-nos muito, nada mais do que isso. Mas Ed Wood é algo distante de nós, Corman está vivo. Houve, portanto, gente da nossa idade que chegou voluntariamente a um cinema, entrou, dirigiu-se à bilheteira e pagou ingresso para ver aquilo. Hoje, ninguém se acusa. Mas temos, de uma vez por todas, que descobrir quem pagava para ver os filmes de Corman. Porque os houve, e muitos. Produziu mais de 400 fitas, alguém as deve ter visto. Quem?
 
 
 
 
 
 
 




 
Roger Corman é ainda a prova de que o ridículo nem sempre mata. Às vezes, imortaliza. E os filmes de Corman não eram ridículos. Eram apenas horríveis, em todos os sentidos, começando por serem horrivelmente maus. Depois, só muito depois, eram horríveis porque tratavam de temas horríveis. Do argumento ao guarda-roupa, assaz  reduzido quanto às personagens femininas, Corman foi um produtor coerente: sempre péssimo. Filmes delirantes, começando no genérico e terminando no
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THE  END   
 
 
 

2 comentários:

  1. Provávelmente tinha como lema o muito útil "mais vale que digam mal de mim do que não digam nada" ...

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  2. Nos anos 60, Roger Corman fez uma genial série de filmes baseados em contos de Edgar Allan Poe: "O fosso e o pêndulo", "O corvo", "A queda da Casa Usher", etc. Admito que seja uma declaração polémica mas considero-o um génio! E como gostos não se discutem...

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