terça-feira, 14 de março de 2017

As pombas do Bombarral.


Por causa de um texto que escrevi para o Público – e que mereceu uma contundente mas sempre elevada crítica do meu amigo Vasco Barreto – uma outra pessoa que faz o favor de ser meu amigo, o Professor manuel Sobrinho Simões, falou-me de um curiosíssimo episódio ocorrido na vila do Bombarral.
Corria o ano de 1946, Portugal celebrava o terceiro centenário da sua Consagração a Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Organizou-se um encontro em Lisboa da imagem oriunda de Vila Viçosa e da sua congénere proveniente de Fátima.
À passagem pelo Bombarral da imagem de Nossa Senhora de Fátima, a 1 de Dezembro de 1946, a Srª D. Maria Emília Coimbra e sua filha Teresa lembraram-se de lançar pombas brancas na direcção dos céus. Foram essas pombas, sabe-se lá porquê, anichar-se aos pés da imagem da Virgem de Fátima, e aí prosseguiram até Lisboa. No trajecto, outras pombas se juntaram, num agrupamento que à época foi tido por milagroso mas que, obviamente, não passa de uma curiosidade histórica. Saúde-se, pois, a Câmara Municipal do Bombarral que, em 2016, promoveu a edição de um encantador livrinho da autoria de Jorge Jerónimo, com rica iconografia, onde se relata ao pormenor esta pequena história. Pelo seu interesse do ponto de vista etnográfico, para a compreensão da história local e, sobretudo, para o entendimento da vivência da religiosidade em tempos de Cerejeira e de Salazar, é uma pequena-grande maravilha. Parabéns à Câmara do Bombarral – e, naturalmente, muito obrigado a Manuel Sobrinho Simões, que me deu a conhecer esta estória. Ah, claro, e obrigado ao Vasco Barreto, pela sua inteligente crítica ao que escrevi sobre Fátima e os seus mistérios.

António Araújo
 

1 comentário:

  1. Li o comentario ao seu artigo do Jose Barreto.Muito bom.Felizmente ainda há quem pense com uma clareza que me dá uma "inveja boa"(eu acredito nisso nesse tipo de inveja begigna). Gostaria que me indicasse em que publicações costuma escrever o seu amigo.Parabéns.

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