As malhas
que o Império teceu foram deslassando e hoje já pouco mais resta que afetos,
sabores, línguas e um ou outro monumento em ruínas. Em Malaca há muito disso
tudo. Talvez mais do que em qualquer outro dos muitos sítios por onde
portugueses andaram e pararam e de onde há muito saíram.
É de lá que,
de vez em quando, nos iam chegando notícias de meia dúzia de resistentes que
teimam em falar um crioulo – o Kristang – onde facilmente se reconhecem
os étimos portugueses, dançam o vira e o fandango, vão à missa e fazem
romarias. Uns quantos pretensiosos acham aquilo tudo muito SNI, muito postal
ilustrado, mas o certo é que a porfia acabou por alcançar a vizinha rica e
surge agora uma data de gente em Singapura a buscar e cultivar a sua
ancestralidade lusa.
Nós, os
avoengos, práqui no Lar, não podemos deixar de nos enternecer com as
traquinices deles: Gramática – ossu lingu; Dicionário – fala bem. E
de fazer votos para que a Festa di Papia Kristang nos próximos dias 20 e 21
de Maio seja um sucesso.
José A. M.
Lopes
P.S. - ver este vídeo e esta reportagem da BBC e, já agora, isto.
fabulástico...
ResponderEliminaras "estórias" que a História tece...
Cá para mim a maioria até é do Benfas...