domingo, 9 de março de 2014

Noivinhas em folha.

 
 
 





      Ainda a propósito do Dia Internacional da Mulher, breve notícia sobre o trabalho do Council for International Relations na denúncia e no combate aos casamentos de crianças, que têm por alvo, acima de tudo, jovens do sexo feminino. Dirão alguns que se trata de uma «tradição» ou que será «paternalismo», e até «colonialismo», questionar uma prática tão ancestral de povos longínquos. Mas nenhuma tradição justifica que jovens raparigas, quase crianças, vejam o seu destino marcado para toda a vida, unido ao destino de quem não escolheram. Não se sabe se são contra, ou não. Pura e simplesmente, não se importam em saber qual é a sua vontade – eis o que de mais ultrajante e odioso existe nesta «tradição».





 

5 comentários:

  1. Por uma coincidência terminei há pouco de ver o "City of Joy".
    Está lá (romanceado) o que aqui se diz bem como a miséria atroz de Calcutá.

    ResponderEliminar
  2. Esses povos vivem culturalmente numa fase que nós, ocidentais, felizmente já ultrapassamos há muito. Mas não era mais ou menos isso o que se praticava no Ocidente até o século XIX ? A literatura romântica e as actuais telenovelas estão repletas de histórias de casamentos forçados, com homens mais velhos, de jovenzinhas sujeitas à tirania dos pais, em geral por motivo de interesse econômico.

    ResponderEliminar
  3. Caro anónimo. Terá de rever as suas leituras. Apesar de haver casamentos forçados não atingiam de perto nem de longe a disparidade de idade de que se fala aqui. Saiba que entre o povo, em épocas anteriores ao século XIX, as mulheres casavam em idade tardia como forma de evitar demasiados filhos. Gosto de estudar genealogias e conheço a minha razoavelmente bem apesar de pertencer a classes rurais de pequenos proprietários e artesãos. E em nenhum dos meus antepassados até quase à idade média percebi esta disparidade de idades entre os noivos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro João Alves, embora eu não seja um estudioso de genealogia, na minha família também não conheço casos dessa disparidade. Mas recordo de ter ouvido histórias de meninas que haviam se casado quando ainda brincavam com bonecas. Claro que os noivos deviam ser bem mais velhos que elas. Mas isto não é motivo para polêmica entre nós, pois ambos condenamos a prática.

      Eliminar
  4. Com as devidas alterações penso que "nós ocidentais" deixamos que situações semelhantes aconteçam...na comunidade cigana não existe ainda nos dias de hoje casamentos entre raparigas que ainda nem frequentam o 9º ano, nem vão frequentar depois de casar?

    ResponderEliminar