O
Museu do Comunismo, em Praga, é assim a modos como que um amontoado comercialão de memorabilia dos tempos colectivistas. No
Leste, a memória virou indústria. Os turistas apreciam contemplar os objectos kitsch do pretérito soviético, na convicção
– talvez apressada – de que tudo quanto ali vêem pertence a um passado que já
passou. O Museu de Praga, sintomaticamente, fica situado ao lado, ou por cima,
de um casino. Poeirento e sem sequer um catálogo digno, já conheceu melhores
dias, como aquilo que expõe e musealiza. Lá estão os habituais bustos de Lenine
e de Marx, animando um aglomerado vertiginoso de objectos que retratam a opressão
política e policial, a devoção por Estaline, a vida nas fábricas e nas escolas,
o quotidiano dos supermercados de prateleiras vazias. Pouco de novo, mas ainda
assim merecedor da visita. Insiste-se, no entanto, que o Museu pouco mais é do
que um repositório de objectos, reunidos como as imagens mostram, ou seja, com
pouco critério e escassa informação de apoio. E aqui fica a nota (em todos os
sentidos).
Fotografias de António Araújo
|
Sem comentários:
Enviar um comentário