O Pedro
Magalhães mandou-me este artigo, dizendo que seria coisa que o Malomil talvez
apreciasse. Sem dúvida! Já se tem aqui falado muito de capas de livros, do
facilitismo e desleixo com que esta arte, tão nobre, tem sido (mal)tratada. A
história relaciona-se agora não apenas com facilitismo mas com a reprodução ad nauseam de clichés e estereótipos, os
preconceitos que fazem com que todas as capas de livros sobre África se
assemelhem a um trailer do Rei Leão, com crepúsculos flamejantes, um garotito zulu e
a inevitável acácia a darem o enquadramento à cena. À cena vazia.
Mas há mais: nos romances das
arábias, especialmente nos que tratam de princesas aprisionadas em palácios de
mármore e serralhos tirânicos, os lugares-comuns repetem-se incessantemente.
Mulheres de véu e olhos faiscantes, sempre. Aqui, no Africa is a Country fala-se
disso e aqui, no Quartz, até se ensina como fazer uma capa sobre África que evite a dona
Acácia e o senhor Imbondeiro. Obrigado, Pedro!
António Araújo
Melhor: no "Viagem por África" do Paul Theroux, editado pela Quetzal. Além do título da tradução não ter nada a ver com o original (Dark Star Safari), a capa inclui o clássico pôr-do-sol africano e uma pele de tigre. Tigres em África?
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