quinta-feira, 5 de abril de 2018

Rigor mortis?

 




Todos conhecem A Lição de Anatomia de Rembrandt ou, melhor dizendo, A Lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp, óleo de 1662 assim descrito para não confundir com outro parecido, vindo das mesmas mãos prendadíssimas, A Lição de Anatomia do Dr. Deijman.
 
Rembrandt, A Lição de Anatomia do Dr. Deijman, 1656

 
 
 
Também sabemos que o autopsiado era um criminoso, Aris Kindt, que fora condenado à morte por enforcamento sob a acusação de assalto à mão armada.
O que desconhecia, nesta minha enciclopédica ignorância, é que, pelos vistos, há um problema com a mão do morto. Foi ao ler o magnífico Os Anéis de Saturno, de W. G. Sebald, que aprendi que a mão aparece virada e que aquilo que deveria ser a mão esquerda é uma duplicata da mão direita, atentem lá no quadro e na mão do Kindt. A Wikipedia não diz muito sobre a coisa mas há, claro, mil e um estudos sobre o quadro, e até sobre o R. (de Rembrandt) que aparece enroscado no umbiguito do falecido.
 
 
 
Um estudo aturadíssimo, feito por uma legião de doutores do Departamento de Cirurgia Plástica da Universidade de Groningen, explica com rigor e saber que Rembrandt cometeu algumas incongruências clínicas ao retratar aquele teatro anatómico que se montou, à vista de todos, na Guilda de Cirurgiões de Amsterdão, estando o quadro hoje exposto em/na Haia, que como sabemos fica na Holanda.

 





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