18 de Fevereiro
A meio de uma conversa
de bar com um amigo, fui caçado pelo ecrã da televisão a exibir a famosa imagem
do marinheiro a beijar uma enfermeira na Times Square, em Nova Iorque, em
celebração do final da II Grande Guerra. Era a notícia de fecho da CBS Evening News,
em emissão nacional. Vai aqui a foto:
Já escrevi em tempos uma
nota bárbara sobre o caso, contando como têm sido muitos os indivíduos a
reclamar serem eles o herói da fotografia. Um dos contendores, firme e indefectível,
foi sempre um tal George Mendonsa (o “s” foi a maneira de os Mendonças
luso-americanos manterem garantida a pronúncia portuguesa do seu apelido
porque, à falta de cedilhas nas máquinas de dactilografar americanas, estavam
fartos de ser Mendonca). Também contei de um livro que
demonstrava (e para mim com sólidos argumentos) que esse meu patrício de Rhode
Island era… the real thing.
Esta manhã, a Leonor já
me tinha chamado a atenção para a primeira página do Providence Journal:
com 96 anos, falecera George Mendonsa. O título era seguido de desenvolvida
notícia que continuava numa página interior. Para não ter de me repetir, ela vai aqui para os interessados.
Essa tal nota de há uns
anitos escrevi-a depois de ler The Kissing Sailor (Naval
Institute Press, 2012), escrito por Lawrence Verria e George Galdorisi, que se
deram ao trabalho de investigar o caso a sério: aqui.
Tanto a CBS como o
jornal frisavam que a moderna tecnologia de reconhecimento facial e mais os
peritos em antropologia forense tinham-se rendido à evidência e enterrado
definitivamente o caso: o marinheiro beijocão era George Mendonsa, o
luso-americano filho de um pescador de Middletown, Rhode Island. Para honra da
estirpe.
RIP. Rijo Indomável Portuga.
Onésimo Teotónio de Almeida
E se fosse hoje?
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