Dois modelos da galeria de personagens da commedia dell’arte, fabrico renascentista popular, adequado a encontros
de rua, conversas de café e treinadores de bancada.
1. Scaramouche. Tanto pode ser
esperto, como estúpido; tanto intriguista, troca-tintas e velhaco, como
comovente. Na proposta em baixo hesita até ao segundo 52, depois decide-se e
fica sobretudo enternecedor. É o andamento moderado (o 2º) de Scaramouche, a suite para 2 pianos de
Darius Milhaud, pelas irmãs Labèque.
2. Polichinelo. Não sabe guardar
segredos, mas é tudo o que espalha aos quatro ventos. Não vírus, portanto. Além
disso, sabe rir, imitar os pássaros e troçar de tudo, incluindo de si próprio.
Entre os vários Polichinelos, a escolha recai sobre o de Anton Arenski,
por Shan-shan Sun e Per Tengstrand. Quem preferir com orquestra – logo, com
mais companhia – encontra aqui
um exemplar com bom corte.
Manuela Ivone Cunha
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