Igreja de São Tiago, Utrecht, Holanda, 28 de Julho de 2016
Já aqui se mencionou Erasmo de Roterdão a propósito de São
Cristóvão.
Noutro dos seus mais famosos livros, Elogio da Loucura, publicado em
1511, Erasmo volta ao tema.
O livro aborda em especial e de forma mordaz e irónica, a questão das superstições
e a atitude da Igreja em relação a elas.
Erasmo desdenha das histórias mentirosas e dos milagres prodigiosos e, a
esse propósito, escreve: bem próximos estão também os que assumiram uma tola
mas agradável persuasão julgando que, por verem uma estátua ou pintura de
São Cristóvão qual Polifemo, já não podem morrer nesse dia. Seguem-se
outros casos de crenças em relação a outros santos.
A seguir ironiza com os atributos de vários santos. Um ajuda nas dores
de dentes, outro assiste nas dores de parto, um outro encontra objectos
roubados, etc. O caso das dores de dentes é manifestamente uma menção ao
nosso São Cristóvão.
Mais adiante diz que o espírito do homem é talhado de tal maneira que mais
lhe agrada a mentira do que a verdade. A este propósito, considera que se há
algum santo mais lendário e poético, por exemplo do género de São Jorge, São
Cristóvão ou Santa Bárbara, vereis que é muito mais venerado do que São Pedro,
São Paulo ou o próprio Cristo.
José Liberato
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