Uma
vez já falei aqui de Ruby Bridges. E outra de Black Like Me, o livro. Agora outro livro. Não o Livro Verde do
coronel Kadhafi, mas o Livro Verde do
Motorista Negro. Em 1936, Victor Hugo Green (daí o nome?) publicou a
primeira edição de The Negro Motorist
Green-Book. Vende-se agora a edição fac-similada da edição de 1940 e a da
edição de 1954. E há também um livro verde pós-racial, resenha de maus-tratos
raciais de 2013 a 2016.
Isto veio tudo da Wikipédia
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O
Negro Motorist Green-Book era um GPS
ou Tripadvisor de locais em que os motoristas negros que cruzavam a América, em trabalho ou
lazer familiar, poderiam ser bem recebidos, entre outros conselhos e
utilidades. Dos (poucos) locais em que não ouviriam um comentário racista ou em
que não lhes barrariam a entrada devido à cor da pele. Muito útil. Tão útil que
se tornou um best-seller. O seu autor, às tantas, largou a profissão que tinha,
funcionário dos correios, para se dedicar a tempo inteiro à edição do livrinho
verde, que com o passar dos anos começou a ser lido e consultado não apenas por
negros mas também por motoristas brancos que queriam saber onde se comia ou
dormia barato, onde se vendiam artigos no mercado negro, coisas assim. O facto
de ter sido um sucesso de vendas era a prova provada da sua utilidade, coisa
que nem sempre sucede com os sucessos de vendas. Neste caso, porém, era
verdade. O livro vendia-se porque as pessoas precisavam dele, e não por acaso as
vendas entraram em declínio em meados da década de 1960 (considerou-se que a
sua leitura, entre o mais, acabava por perpetuar a discriminação e a
segregação). Que hoje seja uma curiosidade vintage é um sinal dos tempos, como
é um sinal dos tempos o surgimento de uma edição «pós-racial» desta obra. Também
um sinal dos tempos: uma edição original de 1941 foi vendida por mais de vinte
mil dólares num leilão. E, como informa a Wikipedia, existem mil e um projectos
académicos em torno do livrito verde, que também já gerou literatura infantil, Ruth and the Green Book.
Um passado que não quer passar?
Ainda a semana passada fui ao cinema ver o filme "Green Book" que aborda a história real de uma viagem de um músico negro e de um motorista branco pelo sul profundo e onde o guia de viagem é precisamente o tal Green Book.
ResponderEliminarObrigado, não conhecia, vou ver!
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