sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Homem-estátua.

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Fotografias de João Cortes




Há estátuas de homens e homens que são estátuas. Não sou uma coisa nem outra: faço-me passar por estátua, o que é muito diferente de sê-la. Só quero parecê-la; eis o que me basta para estar a estatuar na Baixa. As montras ofuscantes, mas um frio do caraças. Debaixo da minha pele dourada, disfarço-me dos outros e de minhas tantas inquietações. No entrementes, caem umas moedinhas. Sou um farsante de mim mesmo. Percebem agora, espero bem, porque sorrio, sorrio sempre. Vá lá, hoje não choveu. Se sou feliz nesta vida? As estátuas não falam.

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