domingo, 15 de junho de 2014

O Amor e o Vicio, pelos Drs. Martineau, Kelt e Willis.








Quando, entre toleradas, duas mulheres vivem juntas só uma se prostitue; a outra permanece junta da sua amiga sob a apparencia de creada, governante ou qualquer emprego idêntico. D’ambas, a passiva é a mulher, a outra o homem. Esta pode permitir-se o ter relações com homens, mas à outra é-lhe absolutamente defeso.
         Estas relações entre mulheres dão-se em diversas classes sociaes.
         Entre actrizes, camareiras de cafés e brasseries, prostitutas e até damas da alta sociedade, mesmo as casadas, atingidas pela inversão sexual, não hesitando em satisfazer o vicio que as domina, sempre que se lhes proporcione ensejo favorável.
         Mas é, sobretudo, entre toleradas e cortezãs que o tribadismo é mais comum, Pode afirmar-se, sem receio de errar, que entre toleradas ha sempre 80 por cento de tribades.
         Isto explica-se pela coabitação de seres do mesmo sexo nas casas de tolerância. No estrangeiro é muito comum o facto d’uma cortezã viciosa do grande mundo ir procurar prazer no bordel, como se fôra um homem. Entre nós dá-se o mesmo facto, mas furtivamente. Alugam quartos independentes – côtés – onde fazem comparecer uma outra mulher de quem gostam, para se saphisarem.
         Em Paris há quatro ou cinco casas, especialmente destinadas a receber estas visitas mysteriosas.
         Entretanto é para notar que as prostitutas tão habituadas a saphisar-se entre si, sintam uma repugnância enorme em praticar esse acto com uma mulher desconhecida.

         A lésbica de profissão quasi não o dissimula. Gosta de usar cabelos curtos, e até muitas vezes se veste com trajes masculinos.  



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