terça-feira, 30 de junho de 2015

De profundis.

 
 
 
 
         Antes de discursarmos nas Nações Unidas, vamos para uma salinha onde aguarda quem é o orador seguinte (…). Lembro-me de o embaixador me ter perguntado: «Senhor primeiro-ministro, posso ter o atrevimento de lhe perguntar se está nervoso?» Eu respondi-lhe: «Pouco.» E simpaticamente disse-me: «Não se impressione, todos os líderes do mundo ficam.» E contou-me que o Presidente Kennedy tinha o truque de segurar as mãos atrás das costas para disfarçar alguma agitação.
         Quando o presidente da Assembleia Geral anuncia o orador seguinte, abrem-nos a porta, entramos para a sala, sentamo-nos numa cadeira e então é-nos dada a palavra. Devo dizer a todos os que leiam estas palavras que é, na verdade, uma sensação especial, a de estar ali a falar para os representantes do mundo todo em nome da nossa Pátria.  
 
(Pedro Santana Lopes, «Momentos inolvidáveis», Correio da Manhã, de 28-06-2015)
 
 
 

1 comentário:

  1. É terrivel viver num país que não sabe aproveitar os seus genios.Este homem é um mister!

    ResponderEliminar