Georg Dionysius Ehret (1708-1770)
Helleborus niger (1745)
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Esta é uma história de Natal, que tanto
se podia contar em cinco linhas como em quinhentas páginas. A rosa que vedes é
uma Helleborus niger. E não, não é
uma rosa, é uma rosa, é uma rosa. É uma rosa de Natal. Chamam-lhe, aliás, Rosa
de Natal. No tempo em que esta pintura/gravura foi feita, pelas mãos de Georg Dionysus Ehret, ou seja, por volta do século XVIII, esta rosa só florescia por alturas
do Natal. Agora, ao que parece, floresce o ano todo. O que importa é que,
segundo Tara Moore, num livro de que já aqui falei, os jardineiros rejeitaram o
calendário Gregoriano pois, se acaso este fosse aplicado, a rosa deixaria de
florir no Natal, tornando-se uma festa móvel. Preferiram, portanto, o
calendário Juliano, para que o desabrochar da flor coincidisse com o Dia de
Natal, ou próximo dele. Mas, reza a Wikipédia, a flor nem sequer é uma rosa,
não pertence à família das Rosaceæ;
depois, é venenosa ou tem, pelo menos, elementos venenosos; por fim, parece que
é mito a ideia de que a rosa-que-não-é-rosa só floresce no Natal. Tem esse nome, mas por
causa de uma lenda que se contava em tempos antigos. Verdade ou não, aqui
fica a Rosa de Natal, pois o nome ninguém lho tira. Há reproduções da rosa ao
vivo e a cores, mas nenhuma ultrapassa a finura do traço de Ehret, o mestre dos
mestres do desenho botânico.
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