sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Madeira, 1867.

 
 

Mark Twain (1835-1910)

 
 
         A propósito da série «Estrangeiros em Portugal», o meu amigo João Medina, com a sua enciclopédica cultura, lembrou-me um livro de viagens de Mark Twain, The Innocents Abroad (1869), o criador de Tom Sawyer refere a sua passagem pela Madeira. O livro já foi publicado entre nós – aleluia! – na extraordinária colecção de literatura de viagens da Tinta-da-china, superiormente dirigida por Carlos Vaz Marques.



Imagens gentilmente cedidas por João Medina

         De regresso a casa, após uma viagem de cinco meses iniciada em Junho de 1867, Twain não parou em Lisboa («It had long ago been decided in a noisy public meeting in the main cabin  that we could not go to Lisbon, because we must surely be quarantined there»), nem sequer no Funchal. No entanto, tem um apontamento interessante sobre a Madeira, que traduzi de forma bárbara e canhestra, como sempre.

Porto da Horta, Faial
Imagem gentilmente cedida por João Medina


 
 
         Por fim, ancorámos na ampla baía do Funchal, nas encantadoras ilhas a que chamamos Madeiras [sic].
         As montanhas pareciam extraordinariamente bonitas, como se fossem vivas e vestidas de verde; raiadas por estrias de lava; sarapintadas por cabanas brancas; rasgadas por abismos profundos, de um roxo sombreado; as grandes encostas salpicadas pelo brilho do sol e manchadas pelas sombras de esquadrilhas que vogavam no céu, à deriva. Este magnífico quadro era coroado por altos picos com cumes onde se rojavam fiapos de nuvens.
         Mas não podíamos ir a terra. (…)
 
 
 

2 comentários:

  1. Maravilha de livro.O Humor com que descreve é inigualavel.Ainda lembro o seu comentario acerca das reliquias (ossos,madeiras e etc)nas igrejas europeias.

    ResponderEliminar
  2. Lembrava-me de uma passagem cheia de humor crítico mas estava convencida que era sobre os Açores.

    ResponderEliminar