No
ramo do humor negro, I-Nova, a
publicação semestral da Servilusa, é a melhor revista nacional. Disponível em
velórios, funerais, trasladações e outros actos lutuosos, I-Nova traz-nos o quotidiano dos trabalhadores da empresa (como
Hugo Sales, praticante de crossfit,
no sector funerário desde 1998) e grandes exéquias de maior aparato. No nº
23 da revista, a reportagem «Making of Eusébio no Panteão Nacional».
Vamos a factos: 2 técnicos de cerimónia, 3 técnicos assistentes, 4 operacionais
de exumação, 6 operacionais de trasladação, 2 operacionais de armar e desarmar
o material. Em nossa humilde opinião, «operacional de armar e desarmar o
material» não soa assim lá muito profissional; proporíamos, por exemplo,
«operacional de montagem de material», mas é só uma sugestão que aqui fica ao
cuidado da Servilusa, que é muito e eterno. Para a trasladação de Eusébio foram
ainda utilizadas 2 urnas (uma em madeira e outra em zinco) e 4 essas (uma de
madeira, para o cemitério do Lumiar; uma de acrílico, para o Seminário da Luz,
sempre preterido nestas questões; duas douradas para o interior e para o
exterior do Panteão Nacional).
Com
tanto técnico e tão bom material, os resultados ficaram à vista, armada e desarmada.
Como diz o
texto da Servilusa, que passamos a citar:
«A perfeição pode não existir, mas estes
profissionais asseguram que a equipa não tem outra meta. Além dos inúmeros
ensaios no terreno, a Servilusa introduziu outras inovações neste serviço. Quem
assistiu à cerimónia no Panteão Nacional poderá recordar-se do plinto em
acrílico quer serviu para colocar as condecorações de Eusébio. Uma estrutura
inovadora que permite colocar a tradicional almofada, mas com mais
estabilidade. Da mesma forma – já não é uma novidade –, a bandeira nacional
voltou a ter chumbos nas pontas para não voar. E os leões dourados, à
semelhança do funeral, tiveram de ser retirados das essas.
Milhões de pessoas viram
a cerimónia da concessão de honras de Panteão Nacional a Eusébio. Algumas terão
percebido que, ao contrário do que foi dito pelas televisões, quem transportou
sempre a urna até ao Parque Eduardo VII não foi a GNR, mas sim os profissionais
da Servilusa. Esses momentos ficarão gravados na história, mas também no
progresso da empresa. Depois de desligar as câmaras, os microfones e os flashes, a equipa volta à sala de reuniões para o debriefing. O propósito? Fazer ainda melhor próximo serviço».
É
também esse o nosso desejo. Um bom serviço, Servilusa. E muitos parabéns pelo plinto em acrílico. Como bem dizem, foi uma «estrutura inovadora» que, sem dúvida, conferiu maior estabilidade à tradicional almofada. Mais ainda: ao contrário das insídias propaladas pela imprensa televisionada, não, não foi a malandragem da GNR que transportou a urna de Eusébio até ao Parque Edurado VII. Foram os diligentes, competentes e muito profissionais senhores exumadores da Servilusa. Essa é a verdade histórica. É essa a verdade verdadinha, que tem de prevalecer contra todas as formas de desinformação e intoxicação da opinião pública.
Na capa da "inova" menciona-se (dentro do quase rectângulo que figura junto do monumento) a "transladação". Seria talvez avisado ao menos saber escrever as palavras que se prendem com o seu ofício.
ResponderEliminarOnde é que está o erro?
EliminarCredo ! Será que já estão a pensar no funeral do Cristiano Ronaldo ?
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