sábado, 29 de junho de 2013

Um mês no Luberon: extractos dum diário provençal (16).






 

 

28-VIII                                                                              
O Museu da Alfazema

 

Visita ao Museu da Alfazema, em Coustellet, a poucos quilómetros daqui, junto à estrada Cavaillon-Apt, no coração do parque natural do Luberon. Foi em 1991 que a família Lancelot, ligada à indústria da perfumaria, decidiu criar este museu tão necessário, sendo a alfazema um dos emblemas desta região; ele explica como se cultiva e se fabricam os perfumes derivados desta tão antiga planta aromática, que esteve desde os romanos ligada à vida na Provença, aventura que este museu sabe explicar de forma simples e atraente a ainda exibindo toda uma colecção de alambiques para extracção das essência da alfazema, depois convertidas em frascos de loção corporal, sabonetes e perfumes. Alguns dos alambiques de cobre vermelho que aqui se exibem são do século XVI, alternando estes objectos com monitores televisivos que mostram aos visitantes como se cultiva a alfazema nos campos, se colhe e se obtém, por fim, o líquido destinando à indústria da perfumaria. Toda uma secção mostra como se fabricam sabonetes, cremes e outros produtos de beleza com base nesta planta ancestral que os romanos associavam à sua higiene diária, assim como à saúde e ao prazer de aromatizar o dia-a-dia. A família Lancelot, a que se deve esta boa ideia museológica, é dona de 300 hectares de terrenos de plantio da alfazema.

A Provença é um conjunto de imagens, hábitos, sabores e perfumes, e nesta panóplia tradicional de culturas, ao lado das cigarras e dos santons – bonecos de barro cozido colorido, vestidos com roupas de acordo com os mesteres que exercem na vida quotidiana, usados para decorarem os presépios de Natal –, está a alfazema que este museu tão apropriadamente honra com o seu sentido pedagógico e é propagandístico, já que a última sala deste museu é se destina à venda dos mil e um produtos derivados desta fainas aromáticas que a alfazema possibilita. E não deixa de ser curioso pensar-se que para se obter um litro de óleo desta planta são precisos cem quilos de flores.
 
 
João Medina
 
 
 

1 comentário:

  1. Aí está um museu que gostaria de visitar. A indústria dos perfumes sempre me fascinou.

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